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Governador do Pará troca chefe de investigação que resultou na prisão de brigadistas 

Delegado não apresentou evidências de que os suspeitos cometeram crime. Waldir Freire, diretor da Delegacia Especializada em Meio Ambiente, estará à frente das investigações

Daniele Bragança ·
28 de novembro de 2019 · 4 anos atrás
Queimada em Alter do Chão. Foto: © Brigada de Alter do Chão.

“Ninguém está acima da lei, mas também ninguém pode ser condenado antes de esclarecer os fatos. Continuarei acompanhando o caso!”, discursou o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), ao anunciar a troca do chefe da investigação sobre a autoria dos incêndios em Alter do Chão, em Santarém, no oeste paraense. O atual inquérito, que resultou na prisão preventiva de 4 brigadistas voluntários da Brigada de Alter do Chão, está sendo questionado por ONGs, deputados, instituições e Ministério Público Federal por não apresentar evidências de que os suspeitos cometeram o crime. 

Os brigadistas voluntários Daniel Gutierrez Govino, João Victor Pereira Romano, Gustavo de Almeida Fernandes e Marcelo Aron Cwerner foram presos preventivamente na terça-feira (26). Ontem, o juiz da 1ª Vara Criminal de Santarém, Alexandre Rizzi, negou a revogação da prisão preventiva. No fim da tarde desta quinta-feira (28), o mesmo juiz mudou a decisão anterior e concedeu liberdade para os brigadistas, que deverão deixar a prisão até amanhã. 

O inquérito da Polícia Civil estava sob o comando do delegado Fabio Amaral Barbosa e, por determinação do governador, quem chefiará as investigações será o diretor da Delegacia Especializada em Meio Ambiente, Waldir Freire.

De acordo com o governador, o objetivo é esclarecer e dar transparência para as investigações. 

“Sobre o caso ocorrido em Santarém, determinei a substituição da presidência do inquérito para que tudo seja esclarecido da forma mais rápida e transparente possível. O diretor da Delegacia Especializada em Meio Ambiente, Waldir Freire, estará à frente das investigações”.

Em nota, o governo do Estado disse que não interfere nas investigações da Polícia Civil e que “não há qualquer predisposição contra qualquer segmento social”.

“O Governo do Pará reitera que as ONGs são fundamentais para a preservação das florestas no Estado, e que o Executivo continua parceiro de todas as instituições e entidades que respeitam as leis brasileiras”.

*Editado às 23h25 do dia 28/11/2019. Ao contrário do que afirmamos antes, o delegado afastado foi Fábio Amaral Barbosa. O del. José Humberto Melo apenas conduziu a operação Sairé. 

 

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  • Daniele Bragança

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

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