Apoiados pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), os empreendedores da conservação falam a ((o))eco sobre a experiência de proteger o Lobo-guará, espécie do Cerrado, e o Bicudinho-do-brejo, da Mata Atlântica.
Jean Pierre, do Instituto Pró-carnívoros de São Paulo é mais um empreendedor da conservação no programa E-cons e tenta salvar o Lobo-guará na Serra da Canastra, em Minas Gerais.
“A Serra da Canastra no bioma cerrado é um dos lugares com a maior presença do Lobo-guará no Brasil, com uma população de 20 mil indivíduos. A espécie está na lista de vulneráveis feita pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza, na sigla em inglês)”, conta Pierre.
Desde 2004, Pierre ajuda a mitigar conflitos dos produtores rurais com o Guará na Serra da Canastra que, muitas vezes, o caçam e abatem.
“Desenvolvemos um mecanismo para diminuir esse conflito e criamos uma ferramenta contra ataques de Lobo-guará”, disse.
Já Bianca Reinert, da ONG Mater Natura no Paraná, em 1995 descobriu a espécie de ave Bicudinho-do-brejo e, desde então, luta pela sua preservação. Estima-se que existam 6 mil indivíduos da espécie no sul do Brasil.
“Tive a grata satisfação de encontrar essa espécie na natureza e descrevê-la. É uma espécie restrita a formações herbáceas do litoral do Paraná e de Santa Catarina. Apesar da densidade populacional ser alta, eles vivem em um trecho pequeno de brejo”, disse Reinert.
Para proteger o animal, a ONG comprou uma área no litoral do Paraná, na região de Guaratuba, onde hoje existe a reserva Bicudinho-do-brejo. “Compramos essa área com recursos próprios e estamos criando uma base de pesquisa”.
Veja também a parte 1 desta série de entrevistas com os E-cons.
Leia também
Em reabertura de conselho indigenista, Lula assina homologação de duas terras indígenas
Foram oficializadas as TIs Aldeia Velha (BA) e Cacique Fontoura (MT); representantes indígenas criticam falta de outras 4 terras prontas para homologação, e Lula prega cautela →
Levantamento revela que anta não está extinta na Caatinga
Espécie não era avistada no bioma havia pelo menos 30 anos. Descoberta vai subsidiar mudanças na avaliação do status de conservação do animal →
Lagoa Misteriosa vira RPPN em Mato Grosso do Sul
ICMBio oficializou a criação da Reserva Particular do Patrimônio Natural Lagoa Misteriosa, destino turístico em Jardim, Mato Grosso do Sul →