Salada Verde

Quase 2 mil espécies são incluídas na lista vermelha de espécies ameaçadas

Mudanças climáticas representam uma das principais ameaças para as espécies

Sabrina Rodrigues ·
11 de dezembro de 2019 · 4 anos atrás
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Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
O tubarão-enfermeiro de cauda curta (Pseudoginglymostoma brevicaudatum) diminuiu cerca de 80% em 30 anos. Foto: UICN/Divulgação.

A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) acaba de atualizar a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. A informação foi divulgada durante a Conferência do Clima da ONU (COP 25), realizada em Madri, na Espanha. A organização informa que 1.840 novas espécies foram incluídas no catálogo e que agora, existem 112.432 espécies na listagem.

As mudanças climáticas estão entre os fatores que contribuíram para o declínio de espécies. Uma das vítimas é um peixe de água doce da Austrália. A UICN informa que 58% dessa espécie são diretamente afetadas pelas mudanças do clima. Esses animais são altamente suscetíveis a secas extremas causadas pela diminuição das chuvas e o aumento da temperatura.

Nativo do Oceano Índico Ocidental, a população do tubarão-enfermeiro de cauda curta (Pseudoginglymostoma brevicaudatum) diminuiu cerca de 80% em 30 anos. O Pseudoginglymostoma brevicaudatum passou da categoria Vulnerável (VU) na Lista da UICN para Criticamente em Perigo (CR). Habitante das águas rasas, o tubarão- enfermeiro de cauda curta está perdendo o seu habitat devido à degradação dos recifes de coral causada em parte pelo aquecimento das águas do oceano.

A atenção também ficou voltada para o Papagaio Imperial (Amazona imperialis) – endêmico de florestas da Dominica, localizada no arquipélago das Pequenas Antilhas, no mar do Caribe. A frequência e a intensidade dos furacões promoveram o aumento da mortalidade dessas aves e a destruição dos seus habitats. Depois do furacão Maria, ocorrido em 2017, o mais forte registrado na região, estima-se que agora existam menos de 50 desses indivíduos na natureza.

Novos desafios para a preservação da biodiversidade

Para a diretora global do Grupo de Conservação da Biodiversidade da UICN, Jane Smart, esta atualização revela os impactos cada vez maiores das atividades humanas na vida selvagem e levará questões importantes para os próximos encontros sobre conservação e biodiversidade.

“O próximo ano será crítico para o futuro do planeta, com o Congresso Mundial de Conservação da UICN, em junho de 2020, um marco importante para definir a agenda de conservação necessária para lidar com a emergência das espécies antes das decisões tomadas pelos governos na Convenção da Biodiversidade, que acontecerá em Kunming, China, em outubro de 2020”, declara Jane Smart.

 

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  • Sabrina Rodrigues

    Repórter especializada na cobertura diária de política ambiental. Escreveu para o site ((o)) eco de 2015 a 2020.

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Comentários 1

  1. Paulo diz:

    Eta desgraça Humana.
    Vão fugir de suas responsabilidades de novo.