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Restaurar florestas pode fazer o Rio economizar 156 milhões em 3 décadas

Investir em plantio reduz a quantidade de sedimento nos rios e pode melhorar a vida financeira da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae)

Daniele Bragança ·
13 de dezembro de 2018 · 5 anos atrás
Estação do Guandu – Foto: TRT RJ/Flickr.

Investir em restauração florestal pode fazer a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) economizar 156 milhões de reais em 30 anos. A conclusão é do estudo “Infraestrutura Natural para Água no Sistema Guandu, no Rio de Janeiro”, lançado na tarde desta quinta-feira (13) no Museu do Amanhã.

O estudo foca na estação de tratamento de água de Guandu, considerada a maior do mundo. O ETA Guandu realiza o tratamento da água que abastece 92% da população da região metropolitana do Rio. De acordo com os dados, caso sejam incentivados a preservação de áreas naturais existentes e o plantio de até 3 mil hectares de áreas consideradas altamente degradadas, a quantidade de sedimentos que chega nos rios seria reduzida em 33%. Essa redução significaria uma economia de 4 milhões de toneladas de produtos químicos e 260 mil MWh em energia usados no tratamento de água, gerando o retorno do investimento de 13%, compatível com os resultados financeiros de obras no setor.

“O estudo mostra que a restauração florestal torna o sistema de abastecimento do Rio mais resiliente e a economia mais eficiente”, diz Rafael Feltran-Barbieri, economista do WRI Brasil e um dos autores do estudo.

Os governos normalmente usam obras de infraestrutura para enfrentar crises hídricas, como obras de transposição, reservatórios e canais. Um dos objetivos do estudo lançado nesta quinta-feira é apresentar o investimento em florestas como alternativa, tanto na preservação da existente quanto no reflorestamento de áreas degradadas.

“Conservar as florestas remanescentes e recuperar aquelas que foram derrubadas ao longo de anos são investimentos possíveis. Gestores dos serviços hídricos de todo o país devem considerar essa alternativa, benéfica para a sociedade e para o planeta”, afirma Malu Nunes, diretora-executiva da Fundação Grupo Boticário.

O estudo foi produzido pelo WRI Brasil, Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e The Nature Conservancy (TNC), e contou com apoio de Fundação FEMSA, União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), Instituto BioAtlântica (IBio) e Natural Capital Coalition.

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  • Daniele Bragança

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

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