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Plano de ação inédito entre SC e RS visa proteção de 22 espécies ameaçadas

Parceria pioneira entre os governos do estado de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul cria Plano de Ação Territorial para proteger 17 espécies da flora e 5 da fauna da Mata Atlântica

Duda Menegassi ·
12 de julho de 2021 · 3 anos atrás

No início de julho (1º), um esforço conjunto entre a Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul (Sema) e o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) elaborou um plano de ação pioneiro para conservação de 22 espécies ameaçadas da Mata Atlântica, 17 da flora e 5 da fauna. Entre elas a Petunia saxicola, planta criticamente ameaçada de flores solitárias e pétalas vermelhas que possui apenas uma única população conhecida, situada nos campos de altitude catarinenses, e a rãzinha-das-pedras (Cycloramphus valae), que ocorre exclusivamente numa faixa de Mata Atlântica entre os dois estados e cuja população está em declínio. Os critérios para escolha das espécies foram não apenas o grau de ameaça, mas também a ausência, até o momento, de instrumentos legais para garantir sua proteção, como unidades de conservação ou presença em outros Planos de Ação.

O Plano de Ação Territorial (PAT) para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção do Território Planalto Sul é o primeiro elaborado sob a coordenação conjunta de dois órgãos estaduais de meio ambiente. A iniciativa tem como objetivo conservar a biodiversidade compreendida nesta região transfronteiriça entre os estados, chamada de Planalto Sul, que abrange 43 municípios e é formada por terras altas e montanhosas, o que inclui os cânions e paredões rochosos, assim como campos de altitude, florestas de araucária, banhados e turfeiras (leia o Sumário Executivo do PAT).

A meta é que até 2026, a implementação do PAT promova a proteção e recuperação das espécies, mitigue a presença de espécies exóticas e invasoras, reduza a conversão de áreas nativas, faça ações de conscientização sobre as espécies no território e fortaleça cadeias produtivas de baixo impacto. “É um acordo coletivo para a conservação das espécies e para o desenvolvimento regional”, avalia Leonardo Urruth, analista ambiental do Departamento de Biodiversidade da Sema e coordenador executivo do projeto.

  • Duda Menegassi

    Jornalista ambiental especializada em unidades de conservação, montanhismo e divulgação científica.

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Comentários 1

  1. Idarci Luiz orsato diz:

    Parabéns pelo trabalho vejo com muita tristeza quando nós destruímos à natureza vai fazer falta para futuras gerações. Um exemplo quando foi feita à usina de Pinhal da Serra apareceu mútuas espécies de animais na cidade de Vacaria . Este é um simples exemplo já inanimado ó desmatamento que está acontecendo neste querido País Brasil. Deus abençoe à todas ás famílias estamos juntos.