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Branqueamento mata 70% do maior recife de coral do Japão

A mortandade dos corais ocorreu na lagoa de Sekisei, em Okinawa. Autoridades japonesas afirmam que o cenário chegou ao ponto de extrema gravidade

Sabrina Rodrigues ·
12 de janeiro de 2017 · 7 anos atrás
Branqueamento dos recifes de corais. Foto: Matt Kieffer/Flickr.
Branqueamento dos recifes de corais. Foto: Matt Kieffer/Flickr.

O Ministério do Meio Ambiente japonês alertou para a morte de mais de 70 por cento dos recifes de corais da lagoa Sekisei, em Okinawa. De acordo com o relatório, o responsável pela mortandade foi o fenômeno conhecido como branqueamento.

O branqueamento ocorre quando o coral expulsa as microalgas (chamadas zooxantelas) que vivem em seus tecidos, fazendo com que o coral fique completamente branco, por auto-defesa. Isto ocorre por causa de estresses como acidez ou aquecimento da água, fenômeno que ocorre na lagoa Sekisei. Se as temperaturas da água não retornarem rapidamente ao normal, o coral acaba morrendo por falta de nutrição.

A situação dos corais vem se complicando durante anos e as autoridades japonesas afirmam que o cenário chegou ao ponto de extrema gravidade, segundo relato no jornal The Guardian. Segundo a agência meteorológica do Japão, a temperatura média da superfície do mar, entre junho e agosto, na parte sul da ilha de Okinawa, foi de 30,1 ºC. Isto representa dois graus a mais acima do normal e foi a temperatura média mais alta registrada desde que os registros começaram, em 1982.

Uma pesquisa havia sido realizada em Setembro e Outubro do ano passado e constataram que pouco mais de 56% dos recifes haviam morrido, indicando que o branqueamento se espalhou rapidamente nos últimos meses.

Os recifes de corais exercem papel fundamental para a alimentação e reprodução de diversas espécies marinhas, além de fornecer abrigo, para peixes, crustáceos e outros invertebrados. Os recifes agem como um grande filtro da água do mar. Dessa forma, a sua importância se estende ao setor econômico, transformando-se essenciais para a pesca e o turismo.

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    Repórter especializada na cobertura diária de política ambiental. Escreveu para o site ((o)) eco de 2015 a 2020.

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Comentários 1

  1. Janaína diz:

    2016 foi um ano triste para os recifes de corais. Entrou para a história, junto com 1998. Quantos outros eventos extremos esses ecossistemas conseguem suportar?