Foi prorrogada na última sexta-feira (31) a moratória à comercialização de soja produzida em áreas desmatadas na Amazônia. Essa é a 6ª e última vez que o pacto ambiental foi prorrogado, desta vez até 31 de dezembro. O Grupo de Trabalho da Soja (GTS) – composta por representantes do setor de soja, o Ministério do Meio Ambiente e organizações não governamentais – decidiu substituir o pacto por um novo mecanismo de controle, dentro do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural, cujo formato será debatido ao longo deste ano. As regras para o cadastro ambiental rural devem ser publicas em breve pelo governo federal.
“Após duras negociações, o GTS concordou em manter por mais um ano as principais premissas que garantiram o sucesso da moratória: o monitoramento e o desmatamento zero a partir de 2006. Num contexto em que o desmatamento dá sinais de aumento e novos projetos de infraestrutura estão sendo consolidados no coração da Amazônia para o transporte da soja, os desafios continuam enormes. Por isso, um novo acordo precisa ser ainda mais consistente que a atual moratória”, disse Paulo Adario, diretor da Campanha da Amazônia do Greenpeace.
Para a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a decisão de dar fim à moratória em dezembro significa o entendimento que a ferramenta pode “ter perdido a sua eficácia, depois de oito anos de implementação e seis renovações“. De acordo com a entidade, a nova agenda de trabalho será definida entre o GTS e entidades representativas dos produtores de soja e dos consumidores.
O Grupo de Trabalho da Soja (GTS) é formado pelas empresas associadas à ABIOVE e à ANEC e empresas associadas, pelo Ministério do Meio Ambiente e por organizações da sociedade civil (Conservação Internacional, Greenpeace, IPAM, TNC e WWF-Brasil).
Leia Também
Com desmate em alta, moratória da soja é renovada
Mato Grosso aumenta produção de soja sem desmatar
Moratória renovada e mais complexa
Leia também
Avistar celebra os 50 anos da observação de aves no Brasil
17º Encontro Brasileiro de Observação de aves acontece este final de semana na capital paulista com rica programação para todos os públicos →
Tragédia sulista é também ecológica
A enxurrada tragou imóveis, equipamentos e estradas em áreas protegidas e ampliou risco de animais e plantas serem extintos →
Bugios seguem morrendo devido à falta de medidas de proteção da CEEE Equatorial
Local onde animais vivem sofre com as enchentes, mas isso não afeta os primatas, que vivem nos topos das árvores. Alagamento adiará implementação de medidas →