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Prédios do Ibama e ICMBio são atacados no Amazonas

Ataques foram reação a uma operação contra o garimpo ilegal no Rio Madeira, em Humaitá (AM). Prédios do Ibama e do ICMBio foram incendiados

Vandré Fonseca ·
27 de outubro de 2017 · 7 anos atrás
Print do vídeo de Waldir Adriano no Youtube.
Print do vídeo de Waldir Adriano no Youtube.

Manaus, AM — Prédios de órgãos ambientais pegando fogo, viaturas tombadas e em chamas, casas e carros de servidores do Ibama atacados. O caos fechou a semana no município de Humaitá (AM), a 675 quilômetros de Manaus, com a reação de garimpeiros e parte dos moradores à Operação Ouro Fino, contra o garimpo ilegal no Rio Madeira.

O ataque ocorreu quando as equipes estavam em campo. Houve protestos nas ruas da cidade, contra a operação. Os prédios do Ibama e Instituto Nacional de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e viaturas dos dois órgãos foram incendiados. Houve tentativa de destruir também o prédio do Incra, onde funciona o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).

Um servidor e um vigia permaneciam no prédio do Ibama no momento no momento do ataque e conseguiram sair sem ferimentos. Ninguém ficou ferido, mas servidores dos órgãos ambientais precisaram buscar abrigo em unidades das Forças Armadas.

Fotos e vídeos com os prédios e viaturas em chamas foram divulgados pelo jornalista Altino Machado em seus perfis nas redes sociais. Os vídeos mostram também  pessoas comemorando o ataque. De acordo com a publicação dele, os servidores dos órgãos ambientais estavam pedindo ajuda da Polícia Federal. Outro vídeo, veiculado pelo You Tube, mostra o protesto nas ruas da cidade.

Humaitá fica no Sul do Amazonas, uma região onde se acumulam agressões ao Meio Ambiente, que vão desde o desmatamento à extração ilegal de ouro. Esta semana, Ibama, ICMBio, Marinha, Exército e Força Nacional iniciaram a Operação Ouro Fino, para combater o garimpo no Rio Madeira, uma atividade que se espalha desde Porto Velho (RO) até Novo Aripuanã (AM), centenas de quilômetros rio abaixo.

Para o superintendente do Ibama no Amazonas, José Leland Juvêncio Barroso, milícias organizadas estão por trás do ataque. “É uma região de fronteira agrícola, onde o Ibama tem intensificado a fiscalização”, afirma Leland. “Veio gente de fora e financiou isso, para desestabilizar o estado”, sustenta.

De acordo com ele, 45 balsas já haviam sido apreendidas quando ocorreu o ataque. Elas estavam sendo desmontadas para evitar que voltassem a ser usadas pelos garimpeiros.

A coordenadora regional do ICMBio no Amazonas, Keuris Kelly Souza da Silva, havia deixado Humaitá pouco antes dos ataques. “Nós só estamos fazendo nosso trabalho”, afirmou por telefone. “É uma atividade (garimpo) ilegal, que sempre foi ilegal e continua ilegal, mas tem gente importante iludindo os garimpeiros, dizendo que vai ser regularizada”, afirmou por telefone.

 

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Comentários 7

  1. LUSCIFER SAUL diz:

    entenderam ? pinta uma viatura com cor do exercito , dois fiscais com roupa militar , servindo de plantonistas em viaturas pintadas com cor do exercito e pronto , usa o logo de policia ambiental ( e o logo do orgão ) ibama POLICIA AMBIENTAL E A VELHA SIRENE EM CIMA E VCS AFUGENTAM BASTANTE OS PROBLEMÁTICOS ! pode até usar arma SE OS FISCAIS FOREM DO IBAMA , ( SO N PODE FORA DO TRABALHO OU SOZINHO) E ALEM DO MAIS CACETETE É PORTE PERMITIDO !


  2. SAUL diz:

    Arma e o basico de Sobrevivencia e garanto alguma proteção ! Possuo vestimenta militar e documento para admissão ! Um 38 é suficiente USANDO VESTIMENTA MILITAR ! Simples assim , um ou dois plantonistas no predio usando vestimenta militar e cacetete (fanta) e uma arma de fogo se disponivel ! VCS TEM COMO INCLUIR O NOME NO SISTEMA COMO FISCAL DO IBAMA , suficiente para ter porte , PINTA UMA VIATURA DO ORGÃO COM A COR DO EXERCITO E LOGO DO ORGÃO ! POLICIA AMBIENTAL FEITA !


  3. Sousa santos diz:

    O que ocorre nestes casos não é crime . É puro ato terrorista interno .


  4. clovis borges diz:

    Inaceitável e vergonhoso uma condição como essa estar ocorrendo em nosso país. Demonstra que mesmo grupelhos como um bando qualquer de garimpeiros criminosos é capaz de impor, pela força, a manutenção de suas atividades ilegais, destruindo a estrutura dos órgãos ambientais que os fiscalizam e reprimem. Infelizmente a condição moral decadente e permissiva dos governos reforça um estado de descontrole geral, onde interesses pontuais, que contrariam as leis e o bem estar da sociedade, são sustentados à força e sem devida reação. Uma situação assim impõe a imediata ação do exército brasileiro, que deveria ser mais útil, envolvendo-se no controle do patrimônio natural de nosso país. Combatendo incêndios, a caça ilegal, o roubo de madeira e ações de mineração, pecuária e agricultura, quando implantados ilegalmente. Na atual condição de evidente descontrole no combate ao crime ambiental, o aquarelamento do exército, limitado a praticas internas, não combina com a condição emergencial em que o país se encontra. A falta de ação e inoperância das estruturas públicas existentes só tem uma explicação: os crimes, inclusive o absurdo garimpo ilegal, contam com a chancela política de atores que, como amplamente se divulga, fazem qualquer coisa por um troco por fora. Onde vamos parar com uma condição assim degradante?


    1. Sol diz:

      Concordo com a opinião, aliás, o exército deveria se mostrar mais operante nas ações de fiscalização. Primeiramente, não deveria haver escritórios de NGI em cidades pequenas que vivem do crime, assim, coloca-se em risco o trabalho e as vidas dos servidores. Alí, deveria haver apenas uma base de apoio nas operações. Segundo, o esquartejamento que o governo federal aplica nos órgãos ambientais do Brasil…pergunta-se: Há quanto tempo o País que vivemos banca a conservação da Amazônia? Pesquisem e fiquem pasmos, quem está conservando são outros países através do Programa ARPA, se não fosse por grana internacional muito já teria se perdido do nosso patrimônio natural. Vergonha ver um país governado por políticos, que assim como estes outros que atearam fogo, seguem a vida política rodeada de crimes que ficam na impunidade. Impunidade esta que está se disseminando por todo país, como o prefeito de Humaitá que participou das manifestações contra o trabalho das fiscalizações de crimes ambientais (CRIMES AMBIENTAIS). Crime é crime em qualquer lugar…se está no código pena, é crime e pronto. Ver uma autoridade defendendo o crime é de chorar!

      Inaceitável é ver um servidor fazendo seu trabalho, fazendo se cumprir a lei, estar errado, sofrer ameaças, ter sua casa apedrejada…e sei lá mais oq poderia ter ocorrido com estas pessoas.

      A verdade é crua, "O crime compensa"…quantos fjá ouviram a frase "até o ibama chegar aqui e queimar nossas balsas e tratores, a gente já tirou o nosso lucro…

      E a vida segue nestas pacatas cidades amazônicas (Caminhontes caríssimas, mansões e sonegação de impostos convivendo com esgotos a céu aberto, urubus e ignorância que não há ouro que cure).


  5. SIDINEI LOPES diz:

    O PROBLEMA DO BRASIL É A FALTA DE AÇÃO DO ESTADO PARA AJUDAR O CIDADÃO, ESTE COMPLICA TUDO. SIDINEI LOPES


  6. Quero só ver... diz:

    Tá, vamos aguardar e acompanhar a resposta que será dada pelas altas autoridades ambientais em Brasília. Provavelmente a mesma que foi dada quando queimaram várias viaturas do Ibama no caminhão cegonha uns meses atras no Pará…