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Encontro debate caça dentro de Unidades de Conservação de Uso Sustentável

Com o dedo na ferida: Discussões entre ambientalistas, técnicos do governo e pesquisadores tentam construir uma proposta para controlar a caça na Amazônia

Vandré Fonseca ·
27 de novembro de 2016 · 7 anos atrás
Onça-pintada resgatada pelo Ibama no Amazonas: mães são abatidas por caçadores, mas filhotes muitas vezes são capturados e criados em cativeiro. Foto: Daniel Garcia Neto
Onça-pintada resgatada pelo Ibama no Amazonas: mães são abatidas por caçadores, mas filhotes muitas vezes são capturados e criados em cativeiro. Foto: Daniel Garcia Neto

Manaus, AM – Um grupo de articulação organizado em Manaus (AM) discute um parecer favorável a regulamentação da caça manejada em Unidades de Conservação de Uso Sustentável. O argumento é que apesar da restrição legal, animais são abatidos sem qualquer controle, em especial na região Amazônica, para alimentar populações locais ou mesmo para a venda nas cidades. A atividade ilegal é uma ameaça a sobrevivência de espécies.

“Não temos dados, mas uma vez que a caça ocorre de forma descontrolada e sem nenhum tipo de monitoramento, o impacto deve ser negativo”, afirma o diretor da WCS Brasil, Carlos Durigan. Em outubro, um estudo publicado na Royal Society Open Society apontou os 300 animais mais ameaçados pela caça no mundo, entre eles estão espécies da Amazônia. Apesar da proibição da caça comercial no país, de acordo com o estudo, por ano quase 90 mil toneladas de carne de caça, o equivalente a US$ 200 milhões, saem irregularmente da amazônia brasileira.

Entre os alvos da espingarda, está a onça-pintada. Embora não seja visada para a alimentação ou tenha outro uso é abatida porque ser considerada perigosa pelos moradores do interior. Outro exemplo é o macaco uacari-preto, caçado para alimentação e que figura entre as espécies ameaçadas de extinção. De acordo com Durigan, qualquer tipo de pressão sobre essa espécie pode ter grande impacto.

Encontro debate caça

As discussões começaram a partir de um encontro realizado nos dias 9 e 10 de novembro, em Manaus. Durante o evento, foram levantadas questões em relação à legislação e a viabilidade de se criar um modelo para a caça monitorada, a ser testado. Entre os pontos apresentados estão pareceres do Instituto Chico Mendes contrários ao abate de animais em unidades de conservação. Mas principalmente, foram apresentadas dúvidas.

Na palestra “Bases Legais e Normativas da Caça”, o biólogo Rogério Fonseca, professor da Universidade Federal do Amazonas, destacou não existir nenhuma definição legal de “caça de subsistência”. A lei abre exceção para o abate de animais silvestres para saciar a fome, segundo professor, o que pode ser interpretado de maneira diversa. Ele lembrou também que existem leis que defendem a manutenção do modo de vida de populações tradicionais e permitem aos índios caçar.

De acordo com Durigan, as discussões levaram à conclusão que existe base legal para a caça manejada, mas é preciso desenvolver um modelo, que deve ser monitorado. “A caça está acontecendo de qualquer forma mesmo sem regulamentação”, alerta o diretor da WCS. “A fiscalização é falha, então a gente precisa construir acordos locais e monitorar. A gente precisa definir que espécies podem ser caçadas e quais não, por exemplo, por serem ameaçadas, raras ou mais sensíveis”.

 

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Comentários 19

  1. Anonimo diz:

    Ninguém parou para pensar que essa matéria foi totalmente distorcida ?

    Quem escreveu realmente não sabe o que aconteceu la!!


  2. George diz:

    "existe ainda muita gente que PRECISA caçar para sua subsistência"

    Mas não no Brasil

    "Em muitas regiões da Amazônia por exemplo caça e pesca são as únicas atividades que provêem proteína animal para as pessoas."

    Com a pesca de subsistência já liberada, a caça é desnecessária.

    Até mesmo na Amazônia a maioria dos caçadores caça por esporte e por mania cultural. Falta de proteína é um pretexto anacrônico.

    Agora, acho que todo brasileiro que diga que está com fome deveria poder entrar num museu, pegar um quadro, e vender para comprar carne no açougue. Ou quem sabe entrar numa fazenda e pegar um boi, ou pular um muro e pegar um gatinho de madame para fazer churrasco.


  3. FRaeder diz:

    Correção: "Nem matar javali em paz pode"…pois toda hora tem que se justificar o motivo da maldade com os pobres bichinhos, que quase não fazem mal pra ninguém…Isso até as autoridades proibirem de novo.


  4. FRaeder diz:

    Qualquer ordenamento é melhor que nenhum ordenamento. Se existe um problema, e faltam dados para melhor lidar com ele, que as pesquisas necessárias sejam realizada e as medidas adequadas tomadas, mesmo que experimentalmente. O que não resolve NADA são os "biólogos de gabinete" e demais modalidades de palpiteiros continuarem a dizer "Não não e não!!!' por pura posição ideológica e deixarem as coisas como estão…no caso, mal! Vide, por exemplo, o manejo da caça esportiva realizado nos EUA, que gera MUITA renda para conservação, dados sobre as especies e o ambiente, movimenta um baita mercado de turismo e equipamentos e, mais importante de tudo, funciona há décadas…portanto é "sustentável", palavrinha adorada pelos eco-bambis. Mas por aqui, nem matar javali pode…"Ohh, coitado do porquinho!!!" Enquanto isso, órgãos ambientais à míngua, pesquisas pueris dominam os posteres de congressos, etc, etc…


  5. José Pereira diz:

    É como dizer que Cx 2 ocorre mesmo, então vamos dar um jeitinho de trabalhar com os "inocentes".
    Se da forma que está acontece o que acontece, imagina com este "acordos". Falta chamar pra mesa de discussão os chamados "recursos".
    Mais um encontro de sócio pseudo-ambientalistas.
    Brasil é o país da piada pronta, e com os mesmos e velhos personagens mudando apenas de ONG pra continuar sua jornada circense.


  6. Sousa Santos diz:

    Apenas mais uma tentativa de se legalizar o crime no Brasil.
    A solução é simples . Acabar de vez com as tais áreas de proteção sustentável . Devesse transformá-las em parques nacionais e como tal tirar as populações humanas de lá. E sendo parques nacionais devem ser fiscalizadas pela polícia , pelo exército e pelos órgãos ambientais. Área de proteção sustentável é o famoso jeitinho malandro brasileiro.


  7. paulo diz:

    A fauna desaparecendo, em especies, a floresta irá no mesmo caminho, Sumir


  8. AAI diz:

    É, dotar os ´rgão de meio ambiente de estrutura necessária para combater a caça ninguém fala!
    E esse argumento de cultural, histórico, se for assim, escravidão também é, mutilação sexual também é, e por aí vai.
    A verdade é que praticamente ninguém mais PRECISA caçar par sobreviver, e mesmo se fosse assim, levar as espécies à extinção permitindo a caça vai resolver o que. por quanto tempo?
    Com tantos artigos científicos mostrando que a caça e várias práticas de extrativismo e coleta, como vem sendo feitas, mesmo as que dizem ter um "manejo" são insustentáveis!!! Essa falácia do tudo pelo social já passou dos limites. Quero ver o social sem o ambiental para sustentar! Muito fácil colocar quem não tem conhecimento científico sobre o assunto pra decidir se deve ou não algo… quero ver o resultado daqui a anos!
    Meu conforto agora, é que as espécies vão se extinguir, assim como os recursos que vem sendo "sustentavelmente" (só no nome) explorados vão acabar! E todos vão sentir na pele os efeitos! Até os que pregam que tais práticas são sustentáveis!!!
    É o fim da picada!


    1. Carlos Durigan diz:

      Prezado AAI,

      – Sim, falamos o tempo todo em dotação de estrutura e recursos para fiscalização e somos testemunhas do grande esforço que os Órgãos de Controle e Fiscalização empreendem. Mas ainda assim e em conjunto com estes esforços é preciso sim buscar formas de controlar, monitorar as atividades que continuam a acontecer e que precisam ser manejadas, justamente para que seus impactos sejam minimizados.

      – Sim, existe ainda muita gente que PRECISA caçar para sua subsistência, assim como pescar em várias paisagens naturais pelo Planeta. Em muitas regiões da Amazônia por exemplo caça e pesca são as únicas atividades que provêem proteína animal para as pessoas. Assim é importante falarmos em formas de manejo dessas atividades justamente para que tenhamos mais controle e busquemos garantir a conservação das espécies, assim como o direito que estas pessoas têm em se suprir dessas fontes sem necessariamente ter que desmatar para produção de gado e outros animais domésticos, como é de praxe em nossa cultura globalizada.

      – Não estamos falando de tudo pelo social, mas de buscar soluções para a conservação das espécies e que essa busca inclui a participação de todas as culturas e principalmente aquelas que são diretamente relacionadas aos recusos que exploram, vivendo em paisagens naturais. É preciso respeitar sim as diversas culturas que subsistem na Amazônia e outras regiões do Planeta. O potencial insustentável dessas culturas justamente se agrava quando falamos da influência da sociedade envolvente, da qual você e eu fazemos parte, que destrói estas paisagens em nome do "desenvolvimento". E muitos estudos também mostram isso. Existe justamente um debate científico sobre o tema e justamente por isso acreditamos que devemos buscar intervir de forma positiva para testar modelos e buscar soluções a um problema histórico que se agrava à medida que nossa sociedade avança sobre essas paisagens e povos.

      – Sim, todos/as os/as envolvidos neste esforço têm e muito conhecimento técnico-científico assim como larga experiência no assunto e ainda mais um profundo respeito pelas pessoas que vivem e trabalham na Amazônia. E também estamos ansiosos para ver bons resultados deste processo e espero que não demorem muitos anos, pois acreditamos que intervenções rápidas são necessárias, uma vez que a pressão tem aumentado e a isso se somam a perda de habitat, mudança no clima entre outros problemas que nos afetam a todos.

      Enfim, caro AAI, apesar de tudo ainda mantemos nosso espírito otimista e acreditamos que podemos mudar sim esta realidade negativa, muito trabalho tem sido e ainda será feito e precisamos somar esforços neste sentido. Caso tenha interesse e disposição, mãos à obra.

      Em breve teremos o relatório do Workshop disponível em nosso site (wcsbrazil.org) e vc verá nele que muito foi debatido para buscarmos soluções a este problema extremamente complexo.

      Att.


  9. Thomaz Lipparelli diz:

    Com todo respeito ao contraditório, vejo esta discussão como uma leitura rasa e com propósito bem definido: alimentar uma polêmica para atrair fontes de financiamentos e produzir mais utopias para serem arquivadas nas empoeiradas estantes das universidades e ONG's. Que tal iniciarmos esta discussão com o desaparelhamento ideológico do Estado, que mantém sob sua tutela uma significante parcela das chamadas "populações tradicionais", ameaçando a estabilidade das Unidades de Conservação, inclusive com a caça? ou, quem sabe, discutirmos o arcabouço jurídico brasileiro que não pune caçadores esportivos (já que a atividade é ilegal) e que atuam no interior das UC's? , ou quem sabe, discutirmos a ampliação dos recursos (financeiros e humanos) e mecanismos de fiscalização das PMA dos estados? ou até mesmo a criação de uma Força Nacional de combate aos crimes ambientais? ou podemos discutir um amplo e estruturado programa de Educação Ambiental no entorno das UC's e comunidades tradicionais? Liberar a caça não será a solução, mas um novo problema para o já combalido sistema de proteção de nossas Unidades de Conservação (de uso restrito ou não).


    1. Carlos Durigan diz:

      Prezado Thomaz,

      Sinto muito que tenha esta opinião a respeito do trabalho que está em curso sobre o tema. Informo que este processo não é uma leitura rasa do tema, pelo contrário, este primeiro debate no Amazonas reuniu quase 60 pessoas entre especialistas, representantes institucionais e lideranças comunitárias justamente para inicarmos um processo de aprofundamento do debate sobre o tema. Também não tem este evento o propósito de atrair fontes de financiamento, mas o de gerar encaminhamentos práticos para construir soluções a um problema que todos/as os/as participantes vivem no seu dia-a-dia de ações em prol da conservação na região. Concordo que temos muitas outras ações necessárias frente a tantos desafios que se colocam neste e em temas correlatos, várias das instituiçòes e pessoas envolvidas no debate estão também atuando em outras frentes relacionadas e vc pode acompanhar o que vem sendo feito e até contribuir se tiver interesse. Em breve estaremos disponibilizando o relatório do Workshop em nosso site (www.wcsbrazil.org), assim como propostas de ações sobre o tema. Seja bem vindo a participar e contribuir.


  10. Thomaz Lipparelli diz:

    Com todo respeito ao contraditório, vejo esta discussão como uma leitura rasa e com propósito bem definido: alimentar uma polêmica para atrair fontes de financiamentos e produzir mais utopias para serem arquivadas nas empoeiradas estantes das universidades e ONG's. Que tal iniciarmos esta discussão com o desaparelhamento ideológico do Estado, que mantém sob sua tutela uma significante parcela das chamadas "populações tradicionais", ameaçando a estabilidade das Unidades de Conservação, inclusive com a caça? ou, quem sabe, discutirmos o arcabouço jurídico brasileiro que não pune caçadores esportivos (já que a atividade é ilegal) e que atuam no interior das UC's? , ou quem sabe, discutirmos a ampliação dos recursos (financeiros e humanos) e mecanismos de fiscalização das PMA dos estados? ou até mesmo a criação de uma Força Nacional de combate aos crimes ambientais? ou podemos discutir um amplo e estruturado programa de Educação Ambiental no entorno das UC's e comunidades tradicionais? Liberar a caça não será a solução, mas um novo problema para o já combalido sistema de proteção de nossas Unidades de Conservação (de uso restrito ou não). Thomaz Lipparelli, Dr. Zoologia UNESP Rio Claro.


  11. umbrios27 diz:

    Espero que uma das possibilidades aventadas seja o aumento da fiscalização, e quais as alternativas para fazê-lo. O conflito pode ser histórico, entre humanos e onças-pintadas, harpias, jacarés-açu, sucuris , mas isso não é motivo para o seu extermínio. Pode ser motivo para aumentar as campanhas de educação ambiental, para como conviver com esses bichos, pode ser motivo para ensinar a fazer projetos de eco-turismo para que esses bichos passem a ser vistos como fonte de renda e não como prejuízo na criação, mas não pode ser uma desculpa para matá-los.

    Antes que alguém me acuse de ser uma urbanita sem noção do que é o "risco" de se ter um bicho desses ao seu lado, devo informar que minha vizinha mais próxima é uma suçuarana. E sei muito bem o "risco" que corro com ela: absolutamente nenhum, tirando o de assustá-la quando nossos caminhos, por algum motivo, se cruzam (já a avistei duas vezes, mas a pobre correu tão rápido que nem deu tempo de ligar a máquina fotográfica).


    1. Carlos Durigan diz:

      Sim,

      Devemos a partir do entendimento desses conflitos trabalhar formas de minimizá-los e obviamente trabalhar pela conservação destas espécies, e não exterminá-las. Há formas de se fazer isso.


    2. Ebenezer diz:

      Urbanita sem-noção acima!


  12. cassia diz:

    Fiquei chocada ao ler a matéria sobre caças dentro de Unidades de Conservação de Uso Sustentável. Ora, não cabe justificar a caça a certos animais, como a onça, por exemplo, como sendo para alimentação de população local, sendo que sabemos que estes animais são explorados pela pele e com a venda dos filhotes. Absurdo que isto possa acontecer dentro destas Unidades e que ainda se queiram argumentar a sua legalização!!!
    Claro que tinha que ser obra daquela ex-presidente aprovar MP prevendo redefinição dos limites destas áreas em 2012, o que acabou abrindo possibilidade de se discutir tal absurdo como a regulamentação deste tipo de caça dentro da UC.
    Realmente, espero que esta insanidade não avance! Caçadores não podem ser privilegiados em detrimento a toda uma sociedade que quer e tem direito a uma vida mais saudável, a um meio ambiente equilibrado para esta e as futuras gerações!


    1. Carlos Durigan diz:

      Cássia,

      Tudo bem?

      A caça existe em todo o Brasil e em especial na Amazônia é uma atividade de subsistência de centenas de milhares de famílias indígenas e não-indígenas, dentro e fora de áreas protegidas, fiquemos chocados ou não. Por isso julgamos importante debater o tema, sem tabus, e buscar soluções para o problema causado pela atividade quando falamos em conservação. A proibição pura e simples da atividade já vimos que não funciona. E deixar do jeito que está tampouco é o caminho. É importante sim contruir estas soluções que passam pelo controle e monitoramento da atividade, pelo envolvimento dos grupos sociais locais na construção de acordos e modelos de manejo e busca de alternativas viáveis para a conservação da biodiversidade. E entendo que isso vale para a caça, a pesca e qualquer atividade humana na natureza.

      O abate de onças-pintadas, harpias, jacarés-açu, sucuris entre outras espécies não utilizadas como alimentação é fruto de um conflito histórico entre humanos e vida silvestre e é uma triste realidade. Super importante buscarmos formas de mitigar estes impactos e isso só será possível com um forte trabalho junto às populações que vivem em paisagens naturais, construindo formas de minimizar os conflitos e alternativas que subsidiem a coexistência.


      1. Juliano Dobis diz:

        Durigan, acho que o assunto só é complicado a partir do momento que queremos inventar a roda. 1° – Quanto a caça de subsistência, há outras alternativas para alimentar estes que se alimentam da caça, como agrofloresta e pequenas criações (FORA DE UCs); 2° – Se do seu ponto de vista é possível "soluções que passam pelo controle e monitoramento da atividade", por que não colocar essas soluções para a fiscalização da proibição da caça ao invés do manejo?; 3° Sinceramente, nem acredito que estou comentando um artigo que fala em "caça sustentável dentro de UCs de espécies ameaçadas". Nem caça, muito menos dentro de UCs.


        1. Carlos Durigan diz:

          Prezado Juliano,

          Concordo plenamente, não temos que reinventar a roda, mas trabalhar com os elementos que já existem e deixar de fazer de conta que o problema não existe ou se resolve apenas com ações de fiscalização isoladamente. As UCs de Uso sustentável têm como uma de suas premissas permitir o uso manejado de seus recursos pelas comunidades tradicionais beneficiárias deste modelo. Vemos evoluir ações em torno do manejo da pesca, do manejo florestal (inclusive de agrofloresta), do manejo de animais domésticos, porque não evoluirmos na questão da necessidade do manejo da caça? Ao não tocarmos este tema, deixamos as coisas como estão e este é o maior problema.

          O debate é intenso e deve ser feito e ao mesmo tempo soluções devem ser testadas para seguirmos avançando.