Notícias

Agricultores se aliam a marrecos contra pragas do arroz

Ao utilizar marrecos de Pequim no combate a pragas da lavoura, rizicultores gaúchos mantêm equilíbrio ecológico e cortam custos da produção.

Nanda Melonio ·
3 de fevereiro de 2012 · 12 anos atrás

Esse marreco de Pequim (Anas_platyrhynchos) ajuda os chineses há mais de mil anos. Agora desembarcou no Rio Grande do Sul. Foto: Quartl / Wikipédia
Esse marreco de Pequim (Anas_platyrhynchos) ajuda os chineses há mais de mil anos. Agora desembarcou no Rio Grande do Sul. Foto: Quartl / Wikipédia

Marreco com arroz não é um necessariamente uma combinação culinária. Os rizicultores do Rio Grande do Sul têm apostado na criação de marrecos de Pequim como forma de garantir bons resultados na lavoura e, de quebra, o equilíbrio ecológico. As aves são verdadeiros predadores de pragas que atacam as plantações de arroz, como caramujos, arroz-vermelho e bicheira-da-raiz. Além disso, se alimentam de insetos que podem prejudicar a lavoura.

Os marrecos de Pequim têm como origem o nordeste asiático, mas possuem grande capacidade de adaptação em todo o mundo e não requerem grandes cuidados além da proteção de eventuais predadores. Para uma lavoura de arroz, são necessários, em média, 30 marrecos para cada hectare. As aves são colocadas nos arrozais logo após a colheita, antes do revolvimento do solo. Como se alimentam exclusivamente das pragas e insetos da lavoura, a partir do momento que os marrecos vão para as plantações os criadores deixam de ter custo, além de reduzir o uso de produtos químicos como herbicidas e ureia, e facilitar o plantio, o que torna a área mais rentável.

A Emater-RS tem procurado difundir entre os agricultores da região a técnica, que já é milenar nos países asiáticos. De acordo com estudo divulgado pela instituição, ao implantarem o sistema em uma fazenda no município de Restinga Seca entre 1996 e 2004, reduziu-se em 80% a infestação de arroz vermelho da lavoura, assim como controle das demais pragas. Além disso, ocorreu crescimento da fertilidade e da produtividade da área cultivada, assim como bom retorno financeiro através da comercialização de 1.500 kg de carne e 800 dúzias de ovos por ano.

De acordo com a FAO, a produção brasileira de arroz em 2010 (dados oficiais mais recentes) ultrapassou 11 milhões de toneladas, sendo a 9ª maior produção do mundo. O estado do Rio Grande do Sul é o responsável pela maior produção do grão em toda a América Latina.


Leia também

Notícias
2 de maio de 2024

Chuvas no RS – Mudanças climáticas acentuam eventos extremos no sul do país

Cheias batem recordes históricos e Rio Grande do Sul entra em estado de calamidade. Mais de 140 municípios foram atingidos e barragem se rompeu na serra

Notícias
2 de maio de 2024

Estudo sobre impacto das alterações no clima em aves pode ajudar espécies na crise atual

Alterações climáticas reduziram diversidade genética de pássaros na Amazônia nos últimos 400 mil anos, mas algumas espécies apresentaram resistência à mudança

Reportagens
2 de maio de 2024

Sem manejo adequado, Cerrado se descaracteriza e área fica menos resiliente às mudanças no clima

Estudo conduzido ao longo de 14 anos mostra que a transformação da vegetação típica da savana em ‘cerradão’ – uma formação florestal pobre em biodiversidade – ocorre de forma rápida; mata fica menos resistente a secas e queimadas

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Comentários 2

  1. Valdir Mauer diz:

    Onde posso encontrar filhotes do marreco de pequim, moro em Esteio RS


    1. Maikel Castilho diz:

      Olá Valdir, sou produtor, caso tenha interesse em marreco s de pequim entre em contato comigo no (47) 96905970