Fotografia

Os muriquis das serras capixabas

Mono-carvoeiro, tido como extinto no Espírito Santo, é localizado nas altitudes daquele estado. Macacos convivem com agricultores pomeranos na região de Santa Maria de Jetibá.

Palê Zuppani ·
20 de janeiro de 2009 · 15 anos atrás

O Muriqui ou Mono-Carvoeiro (Brachyteles hypoxanthus) é das espécies de primatas mais ameaçadas de extinção no Brasil. Até o começo da década passada, era tido como extinto na região serrana do Espírito Santo. No entanto, com o trabalho do Ipema (Instituto de Pesquisas da Mata Atlântica), foram localizadas famílias em Santa Maria de Jetibá, cidade com população de origem pomerana.

Foram dois dias intensos atrás dos animais, entre vales, montanhas, trilhas e muitos carrapatos, para realizar as fotos do ensaio abaixo. O que mais me chamou atenção, é que os macacos foram localizados justamente nessa região, uma das mais prósperas em agricultura no Espírito Santo, onde existiria um grande impacto sobre a fauna. Bem, existe de fato um grande impacto, mas perguntei a um agricultor familiar por que esses animais tão difíceis de se encontrar, ameaçados de extinção, ainda estão presentes nas matas?

A resposta foi econômica. Os pomeranos são muito bons em negócios e sua agricultura é próspera. Mas também gostam da natureza, não destroem por destruir e não têm a cultura da caça. Assim, aquele agricultor informou que os Muriquis não traziam prejuízo à agricultura, pois não saiam das matas. Já os macaco-prego costuma deixar a floresta e acabar com lavouras, disse o produtor, daí viria a pouca quantidade da espécie na região.

Nas imagens, feitas em dias nublados, é possível conferir um pouco do comportamento desse animal, ainda pouco estudado e fotografado no Espírito Santo. O ensaio aconteceu em parceria com o Iema (Instituto Estadual de Meio Ambiente) e Ipema.

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