O governo federal não cumpriu a promessa, feita no ano passado, de regulamentar em três meses a Política Nacional de Mudanças Climáticas (Lei 12.187/2009). Por conta disso, as 36 organizações que fazem parte do Observatório do Clima resolveram lembrar o presidente Lula, cuja assinatura sancionou a lei em dezembro passado, de que promessa é dívida.
As ONGs que formam a coalizão pelo clima realizam no dia 5 de maio em Brasília o seminário: A Política do Clima no Brasil. Ali, discutirão como o governo pode tirar do papel a política que foi anunciada com toda a pompa às vésperas da reunião do clima em Copenhague. O país se comprometeu emreduzir as emissões de gases de efeito estufa de 36,1% a 38,9% em relação às emissões projetadas para 2020.
“Estamos em maio e até agora o governo não deu nem sinal de como pretende agir em relação à política de clima”, disse André Ferretti, coordenador do Observatório do Clima.
De acordo com o anúncio da política, a regulamentação seria realizada por grupos de trabalho específicos e com ampla participação da sociedade civil
“O que preocupa é que muitas políticas setoriais do governo apontam para direções contrárias às metas anunciadas pelo presidente Lula. É o caso de algumas obras do PAC e da forte pressão pela construção de grandes usinas na Amazônia, como Belo Monte”, afirma Ferretti.
Leia também
Amazônia em chamas – número de queimadas de janeiro a abril é 132% maior que 2023
Em todo o Brasil, número de queimadas computado nos quatro primeiros meses do ano é o maior da série histórica do INPE, iniciada em 1998 →
Uma reflexão sobre o turismo em parques nacionais no Brasil
Em 2023 a visitação a parques nacionais foi recorde, os resultados mostram que há um enorme potencial de aumento e diversificação na visitação →
Chuvas no RS – Mudanças climáticas acentuam eventos extremos no sul do país
Cheias batem recordes históricos e Rio Grande do Sul entra em estado de calamidade. Mais de 140 municípios foram atingidos e barragem se rompeu na serra →