Reportagens

Europa aprova combate à madeira ilegal

Bloco aprova nova legislação que impede transações comerciais relacionadas a desmatamento ilegal e impõe regras a importadores.

Laura Alves ·
7 de julho de 2010 · 14 anos atrás
A União Européia está aumentando seus esforços políticos, legislativos e governamentais para proteger florestas, como parte do combate às mudanças climáticas.  O parlamento europeu aprovou nesta quarta por 644 votos a 25, com 16 abstenções uma nova legislação que pretende banir qualquer madeira de fonte ilegal em qualquer parte do território. A lei foi direcionada para o comitê ambiental europeu pela britânica Caroline Lucas, nova deputada do parlamento britânico.

Com a nova lei, importadores de madeira do mercado europeu estão proibidos de vender madeira e produtos derivados coletados ilegalmente, são também obrigados a utilizar sistemas de compilação de informações dos produtos: sobre a madeira, sua origem e a forma de coleta. Procedimento para acabar com riscos de participação em comércio ilegal, assegurando que a madeira comercializada entre os 27 países das nações européias são de origem e extração legal, pois, um quinto das importações de madeira do continente europeu provém de fontes ilegais, de acordo com a Comissão Européia, braço governamental que propôs a nova legislação em outubro de 2008.

Comerciantes que participam do mercado interno da União Européia devem fazer avaliações de conduta a fim de impedir que a madeira ilegal chegue no mercado europeu, fornecendo informações aos seus fornecedores que assegurem o rastreamento dos produtos madeireiros. Além disso, devem também implementar medidas de mitigação de riscos para minimizar a chance de adquirirem qualquer produto de origem ilegal.

O bloco está reconhecendo sua responsabilidade em relação ao enorme mercado que criou demandas por madeira barata em países tropicais. 
 

O desmatamento global ocorre à uma taxa de 13 milhões de hectares por ano, sendo responsável por quase 20% das emissões de gás carbônico, principal gás estufa armazenado na biomassa das florestas. O processo também envolve perda de biodiversidade e está diretamente vinculado à queda de preços da madeira, diminuição dos recursos naturais e aumento de taxas comerciais, além de aumentar a pobreza e problemas de populações que dependem das florestas para sua sobrevivência. 

O comércio ilegal de produtos madeireiros é um dos maiores impulsionadores do desmatamento, com a estimativa de representar de 20 a 40% da madeira industrial global. Na Europa, o consumo de madeira ilegal conduz 12% do comercio madeireiro do mundo, o equivalente a €1.8 bilhões de euros por ano, gerando 18.36 milhões de toneladas de carbono em emissões. Tudo isso gera uma perda anual de US$ 15 bilhões de dólares aos países que exportam produtos madeireiros ilegais.(Laura Alves)

 
Para mais informações

Leia também

Reportagens
26 de abril de 2024

Número de portos no Tapajós dobrou em 10 anos sob suspeitas de irregularidades no licenciamento

Estudo realizado pela organização Terra de Direitos revela que, dos 27 portos em operação no Tapajós, apenas cinco possuem a documentação completa do processo de licenciamento ambiental.

Notícias
26 de abril de 2024

Protocolo estabelece compromissos para criação de gado no Cerrado

Iniciativa já conta com adesão dos três maiores frigoríficos no Brasil, além de gigantes do varejo como Grupo Pão de Açúcar, Carrefour Brasil e McDonalds

Notícias
26 de abril de 2024

Com quase 50 dias de atraso, Comissão de Meio Ambiente da Câmara volta a funcionar

Colegiado será presidido pelo deputado Rafael Prudente (MDB-DF), escolhido após longa indefinição do MDB; Comissão de Desenvolvimento Urbano também elege presidente

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.