Uma moradora de Manaus escreveu para O Eco relatando a situação insalubre que a população tem enfrentado por causa da seca severa e da fumaça que desde o final do mês de setembro cobrem a capital amazonense por algumas manhãs. Agravada pelo fenômeno El Niño, que aquece as águas do oceano Pacífico, a seca tem baixado drasticamente o nível do rio Negro, causando um outro efeito inconveniente. “Ele produz uma certa sensação claustrofóbica, pois a fumaça deixa o céu completamente branco e o teto de nuvens aparentemente bem baixo. O aeroporto do Manaus chega a ser fechado e as embarcações não podem fazer travessias”, relata Laura Añon.
Instituições como o INPA (Programa LBA), SIPAM e INMET relatam que toda esta fumaça é resultado da inversão térmica somada ao pouco vento, falta de chuvas e principalmente por causa das queimadas que continuam acontecendo dentro e ao redor da cidade. Os problemas respiratórios viraram rotina na cidade que é conhecida pelos elevadíssimos índices de umidade do ar e chuvas torrenciais. Em novembro, a população ouviu pela primeira vez o Instituto Nacional de Meteorologia falar em chuva ácida na cidade. “Uma tristeza ver uma cidade no meio da Floresta Amazônica passando por estes problemas ambientais”, desabafa a moradora.
Veja abaixo imagem de satélite do dia 30 de novembro com pluma branca e focos de queimada. Use os cursores + e – para dar zoom na imagem. (crédito: Sensor MODIS/arte O Eco)
Leia também
Número de portos no Tapajós dobrou em 10 anos sob suspeitas de irregularidades no licenciamento
Estudo realizado pela organização Terra de Direitos revela que, dos 27 portos em operação no Tapajós, apenas cinco possuem a documentação completa do processo de licenciamento ambiental. →
Protocolo estabelece compromissos para criação de gado no Cerrado
Iniciativa já conta com adesão dos três maiores frigoríficos no Brasil, além de gigantes do varejo como Grupo Pão de Açúcar, Carrefour Brasil e McDonalds →
Com quase 50 dias de atraso, Comissão de Meio Ambiente da Câmara volta a funcionar
Colegiado será presidido pelo deputado Rafael Prudente (MDB-DF), escolhido após longa indefinição do MDB; Comissão de Desenvolvimento Urbano também elege presidente →