O negócio complicou neste último dia da 13ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas. Diversos grupos ministeriais estão reunidos tentando achar uma linguagem apropriada para o texto final do encontro. A questão é como ter uma declaração que ao mesmo tempo inclua as metas de redução de gases de efeito estufa para países desenvolvidos e agrade os Estados Unidos, que até agora estão contrários a menção numérica de corte de emissões.
De acordo com um observador das conversas, essas estratégias de negociação já começaram a envolver o mais alto escalão dos governos. Telefonemas dos prêmies europeus Angela Merkel (Alemanha) e Gordon Brown (Reino Unido) para colegas de outros países devem acontecer nesta sexta na tentativa de um acordo em Bali. O ex-presidente chileno, Ricardo Lagos, circula nos corredores da conferência, como emissário do secretário da ONU, Ban Ki-moon, tentando viabilizar um acordo.
Tudo indica também que as críticas para lá de agressivas de Al Gore, feitas nesta quinta, ao governo de George W. Bush, surtiram um efeito positivo. A Casa Branca, relatam observadores, deu instruções à delegação americana em Bali para evitar que os Estados Unidos sejam responsabilizados pelo fracasso das negociações. A brecha para um acordo começa se abrir.
Mas a que horas este acordo sairá, só Deus sabe. Marcada para terminar hoje, a negociação provavelmente vai se prolongar noite adentro. Nas palavras do secretário-executivo da Convenção do Clima, Yvo de Boer, os delegados “mais sábios, não marcaram seus vôos para antes de sábado à noite.”
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