Manaus, AM — Se você está preocupado com a conservação das espécies do planeta, é bom olhar também para o lado e prestar atenção aos direitos femininos. Educar meninas e mulheres e dar a elas acesso a saúde reprodutiva é também um caminho para reduzir a pressão sobre o Meio Ambiente e espécies de plantas e animais. A ideia é apresentada pela socióloga americana Eileen Crist, autora principal de um artigo publicado na semana passada, em um caderno especial da Science.
O caderno, que traz outros quatro estudos, além de uma discussão política sobre conservação e um editorial, apresenta os desafios para manter a estabilidade e o funcionamento dos ecossistemas da Terra, em face ao crescimento da população humana. No estudo, os autores chamam a atenção para projeções indicando que, em 2100, poderemos ser 11,2 bilhões de pessoas na Terra, isto significa a necessidade de dobrar, ou até mesmo triplicar a produção de alimentos, com significativo impacto para os ecossistemas de todo o planeta.
E o empoderamento feminino, segundo a socióloga, tem significado nas últimas décadas uma redução em taxas de natalidade. “Ao melhorar seus direitos humanos, dando a elas e aos seus parceiros acesso a serviços de saúde reprodutiva e tecnologias contraceptivas, e melhorando sua realização educacional, podemos ajudar a enfrentar esta crise planetária”, afirma Eileen Crist.
Em outro artigo, que tem a participação do biólogo brasileiro Mauro Galetti, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), pesquisadores analisam a extinção provocada pelo avanço da humanidade sobre a Terra. Desde que os europeus atravessaram o Atlântico para conquistar terras do Novo Mundo, pelo menos 363 espécies de vertebrados foram extintas. E existem evidências indicando que em períodos mais recentes a taxa de desaparecimento de espécies pode ser até cinco vezes maior.
“O gênero Homo começou a ocupar o ‘nicho’ de carnívoros há 2 milhões de anos atrás e ocasionou a extinção de diversas espécies de elefantes, hienas e outros carnívoros”, afirma Galetti. “O Homo sapiens saiu da África há 200.000 anos e terminou de ocupar todas as terras agricultáveis no ano 1.200. Nessa diáspora, ele levou a extinção pelo menos 4 espécies de humanos (Homo erectus, Homo floresiensis, Hominídeo de Denisova e Homo neanderthalensis), além de 25% de todos os jabutis e tartarugas terrestres e toda a megafauna da América do Norte e do Sul e da Austrália”, completa.
No artigo, os autores mostram que, apesar de alguns esforços contribuírem para reduzir a perda de biodiversidade, ainda não são suficientes para alcançar objetivos propostos. As razões, segundo Galetti, são: o crescimento da população humana; falta de recursos para resolver os problemas ambientais; questões ambientais ainda são consideradas, de maneira equivocada, empecilho ao desenvolvimento; e ministérios do Meio Ambiente são politicamente mais fracos que outros que podem provocar enorme impacto ambiental, como Agricultura, Desenvolvimento e Fazenda.
As mudanças provocadas pelo homem vão além da biodiversidade, a ponto de já se afirmar que vivemos em uma nova era, o Antropoceno. Galetti explica que o homem tem criado novos elementos químicos, mudando a composição da atmosfera, alterando processos naturais de sedimentação, a composição de oceanos. “Pela primeira vez na história da Terra isso está sendo realizado rapidamente e por uma única espécie”, destaca.
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Bomba demográfica islâmica?
Ah, parem. Xenofobia e ignorância religiosa nO Eco agora…
Interessante a relação com o empoderamento feminino da socióloga Eileen Crist, contudo é uma leitura dissociada da realidade sobretudo europeia, que apresenta baixissima taxa de natalidade e está tendo sua população substituida pela bomba demográfica islamica, cujos valores estão bem longe de direitos humanos e sobretudo das mulheres, isso é claro, multiplicado por 4, que é o nº de esposas que cada homem capaz de sustentá-las poderia ter.
Assim, cabe mais como uma curiosidade teórica e para a militancia policamente correta, quando estabelece a ligação direta com o emponderamento feminino e diminuição da expansão da população que na prática, só se aplica mesmo às mulheres ocidentais, as quais a médio e longo prazo serão simplesmente substituidas e não garantirão quaisquer efeitos sobre a biodiversidade dada a natureza das substitutas 😉
Vandré, o texto tá interessante e parabenizo você e a equipe por destacarem essa relação. Mas deixo a dica de trocar a parte inicial na qual você coloca "Educar meninas e mulheres (…)", pois sabemos que a importância também do homem nesse processo de empoderamento feminino e movimento feminista. Do jeito como foi colocado parece que a responsabilidade é apenas da mulher. Tenho certeza que foi apenas um equívoco 😉
Chegou a patrulha…
Seria legal dar o link da Science para lermos os artigos na integra. obrigada
O Link está no saiba mais
obrigada! Acabei achando aqui no google. O saiba mais eu não tinha visto. obrigada