Há 25 anos, em 22 de dezembro de 1988, o sindicalista Chico Mendes foi assassinado a tiros na porta da sua casa, em Xapuri, no Acre. Décadas se passaram e o modelo de desenvolvimento defendido pelo seringueiro, que combinava o direito à terra com a preservação da floresta, está longe de ser realidade no Estado. Com a crise na extração da borracha, relacionada aos campos de cultivo abertos no sudeste asiático e a queda dos preços no mercado nacional, aos poucos a produção sustentável feita por moradores da floresta foi dando lugar à abertura de pastos e à derrubada de mata. Sem alternativas, muitos seringueiros migraram para cidade ou passaram a trabalhar seguindo o modelo incentivado pelo Estado. Com financiamentos públicos, os projetos de pecuária se espalharam e ajudaram o mapa a mudar de cor.
Clique aqui para navegar no mapa, aproximar e conferir detalhes
O desmatamento acontece dentro do Estado marcando a fronteira brasileira, como é possível observar nas imagens de satélite. A partir de Rio Branco, as zonas desmatadas avançam para o interior, em um processo semelhante ao que aconteceu em Rondônia nas últimas décadas. Hoje, o verde do Acre começa a sumir mesmo Xapuri, terra em que Chico Mendes vivia quando ganhou projeção mundial por defender a floresta e os que nela viviam.
Os números referentes às últimas décadas ajudam a entender as mudanças em curso no Estado e também como, com apoio de diferentes governos, a floresta vem sendo substituída por boi.
Baixe os dados deste infográfico
Leia também:
Seringueiros sem futuro?
Chico Mendes é declarado patrono do meio ambiente no Brasil
A escolha de Chico Mendes
Leia também
Projeto GEF-Terrestre abre editais para incentivo ao uso público de parques e monumentos
Iniciativa coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente e executada pelo Fundo Brasileiro de Biodiversidade selecionará projetos voltados aos biomas Caatinga, Pampa e Pantanal →
Governo dá mais um passo na criação da Estratégia Nacional de Economia Circular
Cadeia da reciclagem de papel se reúne com Executivo para discutir crise no setor em função dos preços baixos e demanda reduzida →
Câmara aprova projeto que proíbe auxílios, crédito e cargos a participantes de ocupações
Projeto articulado pela bancada ruralista prevê sanções válidas por até 8 anos; opositores apontam que punições se estendem até a familiares e criminalizam movimentos sociais →