Notícias

Santa Catarina contesta SNUC no Supremo Tribunal Federal

Governo do estado quer retirar do ICMBio a competência para autorizar licenciamento de empreendimentos que possam afetar as áreas protegidas.

Redação ((o))eco ·
11 de dezembro de 2014 · 9 anos atrás

A ação movida pelo Governo de Santa Catarina contra a Lei do SNUC aguarda a manifestação do ministro Dias Toffoli. Foto: TSE/Divulgação
A ação movida pelo Governo de Santa Catarina contra a Lei do SNUC aguarda a manifestação do ministro Dias Toffoli. Foto: TSE/Divulgação

O governo de Santa Catarina ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a obrigatoriedade dos órgãos que administram unidades de conservação em dar pitaco no licenciamento de obras que afetam parques, reservas e outras Unidades de Conservação. Pela legislação atual, os órgãos gestores são consultados e dão a anuência sobre esses empreendimentos. Sem a autorização desses órgãos o licenciamento para.

De acordo com a coluna de Maurício Tuffani, da Folha de S. Paulo, a ação foi ajuizada no último dia 26 de novembro. O governo de Santa Catarina contesta especificamente o parágrafo § 3º do artigo 36 do SNUC, que estabelece que “Quando o empreendimento afetar unidade de conservação específica ou sua zona de amortecimento, o licenciamento a que se refere o caput deste artigo só poderá ser concedido mediante autorização do órgão responsável por sua administração …”.

De acordo com o argumento da Ação Direta de Inconstitucionalidade, a exigência de autorização para o licenciamento fere a autonomia federativa pois condiciona o exercício da competência constitucional de um ente federado (o estado) à aprovação de terceiros.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade aguarda a manifestação do ministro Dias Toffoli.

Centralização

O que o governo de Santa Catarina não quer é lidar com órgãos como o ICMBio ou órgãos municipais. Quer centralizar as decisões sobre licenciamento no estado para o órgão estadual: a Fundação do Meio Ambiente (FATMA).

Não é a primeira vez que o governo de Santa Catarina entra na Justiça contra a legislação ambiental. Em 2006, o então governador do estado, Luiz Henrique da Silveira (PMDB) questionou a legalidade do SNUC alegando que o direito à propriedade sobrepõe-se à criação de áreas protegidas que o governo federal tinha intenção de implantar em Santa Catarina para a preservação de araucárias, segundo reportagem de Carolina Elia.

Em 2009, a Assembleia Legislativa aprovou o projeto do Código Florestal Estadual, que era bem mais flexível que o Código Florestal vigente, o antigo 4771/1965. Ambientalistas protestaram. O Ministério Público entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra o Código Florestal estadual.

 

Saiba Mais
Ação Direta de Inconstitucionalidade

Leia Também
Aterrando mangues e destruindo o futuro
Blumenau: quanto mais desmatar, mais vai inundar
O Código Florestal e a conservação

 

 

 

Leia também

Notícias
19 de abril de 2024

Levantamento revela que anta não está extinta na Caatinga

Espécie não era avistada no bioma havia pelo menos 30 anos. Descoberta vai subsidiar mudanças na avaliação do status de conservação do animal

Salada Verde
19 de abril de 2024

Lagoa Misteriosa vira RPPN em Mato Grosso do Sul

ICMBio oficializou a criação da Reserva Particular do Patrimônio Natural Lagoa Misteriosa, destino turístico em Jardim, Mato Grosso do Sul

Salada Verde
19 de abril de 2024

Museu da UFMT lança cartilha sobre aves em português e em xavante

A cartilha Aves do MuHna, do Museu de História Natural do Araguaia, retrata 10 aves de importância cultural para os xavante; lançamento foi em escola de Barra do Garças (MT)

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.