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ISA promove canoada de adeus ao Xingu

Em clima de despedida, canoada Bye Bye Xingu vai percorrer os 102 km da Volta Grande impactados pela construção da Usina de Belo Monte

Daniele Bragança ·
7 de setembro de 2014 · 11 anos atrás
Visão aérea do rio Xingu, tirada em março de 2011. Foto: Renata S. Pinheiro/MXVPS/Flickr.

Represado, desviado, impactado: um dos rios mais lindos do país deixará de existir como é para dar lugar a polêmica Hidrelétrica de Belo Monte. Para se despedir da paisagem que já está sendo definitivamente transformada, o Instituto Socioambiental (ISA), junto com a Associação Indígena Miratu Yudjá Xingu (Aimyx), promovem a canoada Bye Bye Xingu, que percorrerá durante 5 dias os 102 km da Volta Grande do Xingu.

Participam da canoada grupos atingidos pela construção da maior obra em andamento no país, como indígenas, pescadores e ribeirinhos. Ativistas de várias partes do país também farão parte. O objetivo, além de ser um protesto, é discutir o futuro da região.

Largada

A largada será dada na manhã desta segunda-feira (08), mas a preparação começou neste domingo, no Centro de Formação Bethânia, espaço que pertence a Prelazia do Xingu e fica a 7 km do centro de Altamira. Neste local, a organização reuniu os guias que orientarão os participantes da expedição. As canoas serão guiadas por indígenas, ribeirinhos e pescadores experientes na navegação no Xingu e recorrerá 112 km.

Os participantes se reunirão a partir das 6h30 desta segunda-feira no porto de Altamira. De acordo com a programação, durante os três dias de remadas, as canoas passarão em frente a barragem principal do rio e ao sítio Pimental, canteiro de obra onde está sendo erguida a casa de força secundária da usina e ao lado do mecanismo de transposição terrestre de barcos, que tem sido avaliado como um transtorno para as comunidades afetadas.

Mapa do percurso. Imagem: Instituto Sociambiental.

Além disso, a canoada também passará próxima a Terra Indígena Paquiçamba, território do povo Juruna e também vai beirar a região da cachoeira Jeriquá, um dos mais belos trechos da Volta Grande, formado por cachoeiras, pedrais, bancos de areia e ilhas.

Rodas de conversa sobre impactos da hidrelétrica em Terras Indígenas, alternativas energéticas e o futuro da Amazônia vão acontecer todas as noites durante a expedição. A primeira delas vai contar com a presença do ambientalista do Greenpeace Ricardo Baitelo.

 

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  • Daniele Bragança

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

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