Para alívio dos ambientalistas, as três térmicas a carvão que seriam leiloadas nesta quinta-feira (29) não receberam ofertas, mas o governo conseguiu tirar do papel a Usina Hidrelétrica de Sinop, que será construída no rio Teles Pires, em Mato Grosso. A usina enfrenta ação judicial movida pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual por problemas nos Estudos de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima).
De acordo com o Ministério Público, os estudos que embasaram o licenciamento da usina não levam em conta os impactos gerados pelo reservatório do empreendimento. O MP já havia conseguido cancelar o processo de licenciamento de Sinop, em 2010, pois a usina foi licenciada pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), e não pelo Ibama. O empreendimento será construído em um rio que atravessa dois Estados.
Outro problema envolvendo a UHE de Sinop é fundiário. O reservatório da usina alagará parte do assentamento 12 de Outubro, local onde onde moram 200 pessoas. O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) bloqueou a BR-163, entre Sinop e Itaúba, na terça-feira (26), em protesto contra o leilão que afetará diretamente esses assentados.
O leilão A-5 ofertou 36 projetos de energia elétrica que só começará a ser produzida em 2018. Desses 36, apenas 19 empreendimentos foram viabilizados: 2 usinas hidrelétricas (UHE Sinop e Salto Apiacás), 9 termelétricas a biomassa e 8 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Os projetos estão localizados nos estados de Mato Grosso, Goiás, Santa Catarina, Pernambuco, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Piauí.
A Usina de Sinop foi concedida para o Consórcio CES – formado pelas empresas Chesf e Eletronorte – e tem a capacidade de geração de 400 MW. A empresa Alupar fazia parte do consórcio, mas anunciou sua desistência.
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