Notícias

Tempestade solar intensa atinge em cheio a Terra

Aumento no vento solar traz partículas com carga elétrica, responsáveis por eventuais danos a satélites, eletrônicos e por auroras polares.

Flávia Moraes ·
25 de janeiro de 2012 · 12 anos atrás

A mais intensa tempestade solar, desde 2005, está fazendo com que grande quantidade de partículas carregadas de carga elétrica chegue a Terra esta semana. A NOAA – Agência Nacional Atmosférica e Oceânica dos EUA e a Nasa alertam para possíveis danos a aparelhos eletrônicos, dificultando a comunicação em voos realizados próximos aos polos terrestres, e interferência em satélites que orbitam o planeta. Essas tempestades são classificadas em três níveis, que vão do mais fraco, classe C, moderado, classe M, ao mais forte, classe X. O fenômeno atual está no limite das mais intensas com classificação M8.7.

A cientista Thaisa Storchi Bergmann, Chefe do Grupo de Pesquisa em Astrofísica da UFRGS explica que o evento é parte do ciclo de 11 anos do Sol. A quantidade de radiação e de partículas no vento solar varia menos de 0.1%, mesmo assim isso é perceptível. “Estamos na época do máximo solar, portanto, vários flares e tempestades solares estão ocorrendo, o que acarreta um aumento no vento solar, que são as partículas que vem da estrela e que são responsáveis por eventuais danos a aparelhos e satélites e também pelas auroras polares”, explica a pesquisadora.

Outra mudança decorrente do aumento de atividade solar, informa o site do Departamento de Física da UFRGS, é o aumento da quantidade de manchas na superfície do astro. Durante o ciclo de 11 anos, o número de manchas varia entre máximos e mínimos, constatação feita em 1843 pelo astrônomo amador alemão Samuel Heinrich Schwabe (1789-1875). “Ocorre um máximo solar a cada ciclo, no entanto esse máximo dura bastante, ou seja, não é só num dia de tempestade, mas sim vários dias, meses, e até mesmo anos”, explica Thaisa.

Até o momento, não foram constatados maiores problemas com sistemas de comunicação eletrônicos ou satélites, mas por precaução rotas de voos próximas ao Pólo Norte foram alteradas.

O fenômeno gerou uma memorável aurora boreal, registrada em Tromso, Noruega, pelo NIPR – Instituto Nacional de Pesquisa Polar. Desde domingo, a aurora tem sido um show no céu das mais altas latitudes do planeta, resultado do encontro dessas partículas carregadas com o campo magnético e a atmosfera terrestre, que as defletem e absorvem. Veja imagens da câmera do NIPR.

Dia 22 de janeiro de 2012

Dia 23 de janeiro de 2012

Dia 24 de janeiro de 2012

Veja aqui uma coleção fantástica (de várias datas diferentes) de fotos de auroras boreais, também conhecidas como ‘luzes do norte’.


  • Flávia Moraes

    Jornalista, geógrafa e pesquisadora especializada em climatologia.

Leia também

Reportagens
26 de abril de 2024

Número de portos no Tapajós dobrou em 10 anos sob suspeitas de irregularidades no licenciamento

Estudo realizado pela organização Terra de Direitos revela que, dos 27 portos em operação no Tapajós, apenas cinco possuem a documentação completa do processo de licenciamento ambiental.

Notícias
26 de abril de 2024

Protocolo estabelece compromissos para criação de gado no Cerrado

Iniciativa já conta com adesão dos três maiores frigoríficos no Brasil, além de gigantes do varejo como Grupo Pão de Açúcar, Carrefour Brasil e McDonalds

Notícias
26 de abril de 2024

Com quase 50 dias de atraso, Comissão de Meio Ambiente da Câmara volta a funcionar

Colegiado será presidido pelo deputado Rafael Prudente (MDB-DF), escolhido após longa indefinição do MDB; Comissão de Desenvolvimento Urbano também elege presidente

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.