Notícias

Não é carnaval, mas falemos de Cuícas

O animal desta semana, Gracilinanus microtarsus, é um dos menores marsupiais do mundo.

Redação ((o))eco ·
29 de maio de 2014 · 12 anos atrás

 

 [i]Gracilinanus microtarsus[/i], pequena cuíca arborícola na
[i]Gracilinanus microtarsus[/i], pequena cuíca arborícola na

Quem acompanha o nosso Blog do Wikiparques sabe da incrível biodiversidade da Reserva Biológica Estadual do Sassafrás e já conferiu a galeria com vários exemplares. No meio de insetos, tamanduás e anfíbios, está um animal bem peculiar: a cuíca (Gracilinanus microtarsus).

Ela tem pelos longos e macios, na maior parte marrom-avermelhado e a base cinza. No dorso, a pelagem é mais clara, como também é no rosto. Possuem anéis escuros ao redor dos olhos negros, amplos e proeminentes. A parte anterior do pescoço é alaranjada. A cauda, preênsil e escamosa, é marrom e as patas, esbranquiçadas, com dedos são relativamente longos, com pequenas garras. É um animal pequeno: tem 105 a 110 mm de comprimento da cabeça e corpo e cauda de 145 a 153 mm. Têm uma massa entre 10 e 45 gramas.

São marsupiais da família Didelphidae à qual pertencem os gambás, catitas e cuícas. A cuíca Gracilinanus microtarsus é encontrada apenas no Brasil, natural dos biomas Mata Atlântica e Cerrado, nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul.

Vivem nas florestas úmidas da Mata Atlântica e florestas caducifólias espalhadas nas regiões do sul do Cerrado. A espécie tem hábitos predominantemente arborícola e noturno. Solitários, passam os dias descansando em ocos de árvores. Quando em atividade, frequentemente forrageiam no solo. A locomoção é feita a passos curtos e rápidos, com o auxílio da cauda preênsil.

A sua dieta é composta principalmente por insetos, mas podem se alimentar de comer algumas aranhas, caracóis, e até mesmo frutas. O G. microtarsus atua como importante dispersor das sementes de espécies da família das aráceas em uma área de Mata Atlântica.

A reprodução da cuíca se inicia nos meses de maior pluviosidade. As fêmeas entram em cio uma vez por ano, entre agosto e setembro, e têm ninhadas de até doze filhotes, que nascem durante a estação chuvosa, quando o alimento é abundante. A mãe não possui uma bolsa, mas um conjunto de cerca de 14 mamas. Os filhotes são desmamados após três meses de idade, entre novembro e dezembro.

Os jovens crescem, até os seis meses de idade, e atingem a maturidade sexual com um ano. A maioria das cuícas não sobrevive por muito mais tempo do que um ano, mas podem chegar a dois anos de idade. Além do pouco tempo de vida, têm que lidar com seus predadores: jaguatiricas, gatos-do-mato, guaraxains, lobos-guará e gaviões-de-rabo-branco.

A cuíca G. microtarsus está listada pela IUCN como pouco preocupante, em razão da sua tolerância à modificação de habitat, o que faz presumir uma grande população: como forrageia com sucesso no chão, é menos afetada pela fragmentação de habitats florestais que as demais espécies animais puramente arbóreas.

 

 

Leia também
Rabo-branco-acanelado, o eremita dos planaltos
Guácharos: pequenos demônios
Drymoreomys albimaculatus, o rato da serra

 

 

 

Leia também

Notícias
19 de dezembro de 2025

STF derruba Marco Temporal, mas abre nova disputa sobre o futuro das Terras Indígenas

Análise mostra que, apesar da maioria contra a tese, votos introduzem condicionantes que preocupam povos indígenas e especialistas

Análises
19 de dezembro de 2025

Setor madeireiro do Amazonas cresce à sombra do desmatamento ilegal 

Falhas na fiscalização, ausência de governança e brechas abrem caminho para que madeira de desmate entre na cadeia de produção

Reportagens
19 de dezembro de 2025

Um novo sapinho aquece debates para criação de parque nacional

Nomeado com referência ao presidente Lula, o anfíbio é a 45ª espécie de um gênero exclusivo da Mata Atlântica brasileira

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.