Daniele Bragança
Em função das mudanças climáticas, não serão poucas as dificuldades pelas quais o Rio de Janeiro e as Cidades da Região Metropolitana enfrentarão: ondas de calor mais longas, chuvas mais intensas e freqüentes; inundações; alagamentos; diminuição da água doce disponível; temperaturas mais elevadas e aumento do nível do mar, além de problemas de saúde da população, tais como o aumento no caso de dengue (aumento da umidade e mais chuvas) e leptospirose (devido ao aumento de ocorrência de enchentes).
O relatório destaca o problema dos aterros sanitários, principalmente daqueles situados em áreas de possível alagamento. A elevação do nível do mar pode trazer preocupações principalmente no aterro de Jardim Gramacho, localizado próximo à foz dos rios Iguaçu e Sarapuí. Em um cenário mais pessimista, uma possível “ruptura do aterro com o consequente assoreamento do leito desses rios poderá ocasionar o alagamento de grandes áreas na Baixada Fluminense, com prejuízos humanos e materiais incalculáveis.”
Segundo os especialistas, os efeitos das mudanças são irreversíveis, mas podem ser minimizados com adaptação e políticas públicas adequadas, e que sejam adotadas o mais rápido possível.
A população, hoje mais de 11,5 milhões de pessoas, terá que aprender a conviver com eventos mais extremos e freqüentes, e os governos (municipais, estaduais e federal) a conceber uma nova maneira de pensar e executar políticas públicas.
O estudo conclui que a produção de conhecimento a respeito do monitoramento que permitem aumentar a previsibilidade dos fenômenos naturais, aliados a cooperação política institucional das cidades que estão unidas nessa mesma vulnerabilidade – mas que são tratadas como unidades isoladas e não como parte de um mesmo conjunto – são fatores essenciais para a adaptação das cidades, não só do Rio de Janeiro e da Região Metropolitana, aos desafios que as mudanças climáticas impõem.
Leia também
Eletrobras contraria plano energético e retoma projetos para erguer megausinas no Tapajós
Há oito anos, as usinas do Tapajós estão fora do Plano Decenal de Energia, devido à sua inviabilidade ambiental. Efeitos danosos são inquestionáveis, diz especialista →
Obra para desafogar trânsito em Belém na COP30 vai rasgar parque municipal
Com 44 hectares, o Parque Ecológico Gunnar Vingren será cortado ao meio para obras de mobilidade. Poderes estadual e municipal não entram em acordo sobre projeto →
Governo do RJ recebe documento com recomendações para enfrentamento ao lixo no mar
Redigido pela Rede Oceano Limpo, o documento foi entregue durante cerimônia no RJ. O plano contém diretrizes para prevenir, monitorar e conter o despejo de lixo nos oceanos. →