Análises

Santuários: está na hora de descobrir o que acontece lá dentro

Acidente em que chimpanzé atacou a tratadora é oportunidade para investigar o manejo de animais nesses auto descritos paraísos, que funcionam quase sem fiscalização.

Yara de Melo Barros ·
12 de julho de 2016 · 8 anos atrás
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Visão geral das instalações do GAP, em Sorocaba. Foto: Erick Pinheiro/jornal Cruzeiro do Sul

Não existe na legislação uma categoria “santuário”. No entanto, são assim que se intitulam esses locais que recebem e manejam animais silvestres longe dos olhos do público e com pouca fiscalização. A justificativa para o isolamento é que dessa forma os animais vivem mais felizes sem serem explorados pelos zoológicos.

Os “santuários” mantém os visitantes afastados e anunciam aos quatro ventos discursos de “liberdade animal”. É como se qualquer animal que fosse para um santuário atravessasse um portal mágico de felicidade e entrasse imediatamente em uma versão de paraíso.

É fácil sustentar este discurso, pois sem visitantes e com vigilância oficial deficiente, cada um fala o que quer e vale o que é dito, já que ninguém pode entrar lá e avaliar para contestar.

O GAP (Great Apes Project), localizado em Sorocaba, é um destes exemplos. Mantém cerca de 250 animais, sendo 50 chimpanzés, e seu proprietário escreve textos atacando zoos. Ele sempre tenta que todos os chimpanzés de zoos do Brasil sejam transferidos para o GAP, para que eles “tenham uma vida em liberdade”.

Na semana passada, Jurema Pereira, tratadora do GAP, foi atacada por um chimpanzé e teve ferimentos graves. De acordo com uma das notícias veiculadas, ela sofreu fraturas em membros superiores e inferiores, perda de um dedo e parte do nariz.

A explicação inicial dada pela instituição é que “o chimpanzé saiu de seu recinto e feriu a funcionária, e que, após o ocorrido, foi acionado o plano de emergência para a segurança da equipe. O GAP considerou o ocorrido um acidente. No entanto, em uma matéria posterior, o proprietário disse que o animal se assustou quando a tratadora entrou no recinto para avisar sobre a fuga de outro animal. De acordo com o que o proprietário relatou à repórter, ele tentou “lutar” contra o animal, mas não conseguiu, então uma outra pessoa entrou e conseguiu tirar a Jurema do local.

O “santuário” tratar a fuga do animal de um recinto como acidente é no mínimo contraditório, pois o site da instituição diz que fugas em zoológicos são evidência do “sofrimento do [animal em] confinamento e seu comportamento anti-natural e repleto de angústia”, e que eles pedem socorro e imploram pela sua liberdade. Se for assim, devemos entender que o chimpanzé que fugiu e atacou a tratadora estava em agonia pelas péssimas condições em que vive? Ou teremos nesta análise dois pesos e duas medidas?

Entre as declarações absurdas dadas pelo proprietário do GAP está a que o chimpanzé que atacou a tratadora tem “problemas de relacionamentos com humanos e por isso é mantido isolado”. Ele declarou ainda que agora o animal vai ficar em um local “murado”. O que é isso? É natural e desejável que animais não queiram contato com humanos. Quando o normal acontece o animal é punido com isolamento? Só podem conviver com os outros chimpanzés aqueles que se comportam como pets?

Investigação necessária

O caso evoca uma série de perguntas que as autoridades deviam responder com investigações: qual é o suposto Plano de Emergência da instituição?  zoos são obrigados a ter estes planos. E somos cobrados por isso. O Plano de Emergência do GAP é público? Quem fiscaliza? Qual foi a última fiscalização que o local recebeu? Será que lutar com um chimpanzé que está atacando o funcionário é o Plano de Emergência da instituição? A população humana que vive no entorno do GAP está segura? E, finalmente, o GAP abriria suas portas para que especialistas em grandes primatas avaliassem a condição dos animais? A Policia Civil abriu inquérito para apurar se houve negligência por parte do GAP.

Quem visitar o site do GAP encontrará um festival de sandices e erros de manejo. Por exemplo, um texto sobre um protótipo de sapatos para chimpanzés, pois de acordo com o GAP estes animais “têm obsessão por sapatos” e “como seres inteligentes que são, desejariam ter um bom par de sapatos que lhes permita andar por qualquer terreno sem machucar seus pés”. Tal ideia revela uma inaceitável antropoformização do animal.

Muitas equipes de reportagem já visitaram o local ao longo dos anos. O resultado costuma ser descrever o local na linha “fofo”, sem fazer qualquer questionamento sério. Afinal, o pretenso “santuário” está “salvando”os pobres chimpanzés das garras terríveis dos zoos. São exibidos livremente vídeos dos animais recebendo maionese, feijoada, marshmallow, pudim e doces. Um show de horror. E o discurso do proprietário é que eles vivem melhor no “santuário”, onde há condições semelhantes às da natureza, e um zoo não pode fazer isso… Sim, todos sabem que atrás de cada moita na África existe um pote de maionese, não é mesmo?

Qualquer foto do local revela um Carandiru colorido, com recintos estéreis e nada semelhantes ao ambiente natural. Ao contrário, bons zoos têm recintos para grandes primatas que procuram emular seus habitats, além de um excelente manejo, sem antropoformizações, e é isso o que garante qualidade de vida.

Chimpanzés podem viver bem ou mal, tanto em zoos quanto em santuários. O importante é buscar excelência no manejo. Na eterna discussão zoos versus santuários, este acidente traz à tona que “santuários” não são, por definição, pedaços de paraíso sem falhas. Ao contrário, podem sofrer de graves problemas, como imagens e fatos sugerem que seja o caso no GAP.

Uma publicação de 2011 da Associação dos Juízes Federais do Brasil, aponta uma  investigação sobre o suposto envolvimento do GAP com tráfico de animais, que seriam confiscados, enviados para esta instituição para uso em pesquisas ilegais. A matéria original expões detalhes sobre o processo, mas não apresenta qual foi a conclusão das investigações.

Devemos lamentar o ataque a tratadora e torcer para que ela se recupere. Mas, também, que se estabeleça o que ocorre dentro deste “santuário” e se compare com as melhores práticas dos zoológicos. Na América Latina, cada vez que se discute se um grande primata está ou não vivendo bem em um zoo, automaticamente é sugerida sua transferência para o GAP, onde eles podem viver “em liberdade”… Isso acontece porque poucas pessoas sabem o que realmente se passa por trás daqueles muros.

O que se espera das autoridades ambientais é que o local seja avaliado com relação ao bem-estar, segurança (dos animais e da população do entorno) e adequação do manejo. O ideal seria a vinda de especialistas mundiais em grandes primatas, para produzir um relatório sobre todos os aspectos mencionados.

 

Veja abaixo um recinto no GAP e fotos de bons zoos, inclusive no Brasil

Olha o contraste do recinto do GAP.
Recinto para chimpanzés do GAP. Foto: Erick Pinheiro/jornal Cruzeiro do Sul
Recinto de Chimpanzés. Pongoland. Zoo Leipzig, Alemanha.
Recinto de Chimpanzés. Pongoland. Zoo Leipzig, Alemanha.
Zoo de Singapura.
Zoo de Singapura.
Recinto para chimpanzés no Zoo de São Paulo. Foto: Igor Morais
Recinto para chimpanzés no Zoo de São Paulo. Foto: Igor Morais
Recinto para gorilas no Zoo de Belo Horizonte. Foto: Igor Morais
Recinto para gorilas no Zoo de Belo Horizonte. Foto: Igor Morais
Recinto para chimpanzés no Beto Carrero World. Foto: Igor Morais
Recinto para chimpanzés no Beto Carrero World. Foto: Igor Morais

 

*Matéria editada em 13/07/2016, 18h17, para acrescentar fotos

 

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  • Yara de Melo Barros

    Doutora em zoologia, membro do CPSG Brasil e coordenadora do Projeto Onças do Iguaçu.

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Comentários 36

  1. Wellington diz:

    Seu texto é maravilhoso, eu estava procurando algo parecido faz tempo.
    O Rancho dos Gnomos é outro lugar deplorável, uma pequena parte de uma matéria sobre eles:
    "Como os donos da ONG não consomem nenhum tipo de comida animal, eles estão tentando criar os leões com erva-cidreira, abóboras e outros vegetais."
    Imagine se essa notícia fosse de um zoológico? Seria o fim do mundo!
    As pessoas perdem o senso crítico quando se trata de ONGs, é sempre os mesmos argumentos burros "eles estão tentando e vocês, mesmo assim é melhor que zoológicos que exploram os coitadinhos".
    O GAP parece uma favela humana, não tem nada a ver com natureza, animal não come feijoada, não come doce, não usa sapato!
    Defensores do GAP, rebatam esses argumentos!
    É isso que dá colocar pessoas que não tem conhecimento técnico a frente desse tipo de ação, quem sofrem são os animais.


    1. Wellington diz:

      Só um adendo, ví gente falando que os animais devem ser livre,s mas s não for possível, que se tenha lugares para ees serem cuidados, poisé, os zoológicos são exatamente isso!
      Pra onde vocês acham que vi um animal silvestre atropelado, resgatado de maus tratos ou do tráfico?
      Eles vão para algum zoológico, onde são reintroduzidos na natureza, as pessoas acham que zoológico é um lugar onde as pessoas pagam pra ficar vendo bicho, puta que pariu, antes de sair bostejando frase pronta, PESQUISE sobre o que um zoológico faz.


  2. anne diz:

    matéria tendenciosa feita por quem ganha com a existência de zoológicos.
    Animais devem ser livres. Quando isso não é possível por causa da maldade humana (tráfico, por ex.) que se crie mecanismos de ajudá-los, locais que os recebam e cuidem deles sem que precisem ser expostos como se fossem roupas em vitrines de lojas…


  3. ZulmiraGamito diz:

    Se a autora realmente se interessa no bem-estar animal, deveria combater maus zoos (ou seja, quase todos) feroz e publicamente como combate os santuários.
    Não me parece que haja aqui alguém que ache que os animais devem usar roupas e ter dietas diferentes das que teriam na natureza. Como disse o Sérgio, esses foram hábitos adquiridos previamente ao encaminhamento dos animais para o santuário. E sendo eles primatas, não é difícil adivinhar que a privação causada pela alteração drástica de hábitos é violenta para eles.
    Fica a sugestão: se os zoos realmente têm o propósito de ser educativos, deveriam manter apenas animais confiscados de cativeiros ilegais e más condições que não possam ser reintroduzidos, e simultaneamente educar as pessoas quanto ao porquê da situação atual desses animais. Mas em todo o Brasil, somente o zoo de Gramado, no Rio Grande do Sul, faz isso. Se todos os zoos fossem assim, talvez até fosse suprida a necessidade de criar santuários.
    Como complemento, os zoos poderiam também apoiar programas de conservação ex situ nos seus próprios estabelecimentos e outras ações de conservação in loco através das receitas que obtêem.
    Já agora, o ideal seria que esses animais pudessem ser vistos pelos visitantes mas que não conseguissem ver os visitantes. É mais simples do que parece. Isso é válido tanto para os animais que não possam ser reintroduzidos (porque na grande maioria a sua história de interação com humanos foi traumática), como para aqueles destinados à reintrodução (já que para que possam ser reintroduzidos, é necessário que os animais não estejam habituados à presença de humanos).
    Vestir chimpanzés é tão anti-natural como os expor continuamente à presença de humanos.


  4. AAI diz:

    Não quero defender os santuários a qualquer custo, precisam de regras claras e acompanhamento. Tem coisas absurdas mesmo, assim como nos zoos!
    Mas criticar os santuários desta forma e colocar os zoos, especialmente no Brasil, como estando "bem na fita"… Por favor O ECO! Reportagens menos tendenciosas! Todos sabemos as condições da maioria absoluta dos zoos do Brasil, tamanhos dos recintos, muros, grades etc.


  5. F.Raeder diz:

    Yara, sei que a intenção dos seus artigos tem sido fomentar um debate qualificado quanto ao tema "fauna ex situ"…mas dialogar com os fanáticos é perda de tempo! A razão, os dados e a lógica para eles são irrelevantes, importam só os sentimentos e achismos.Vide a matéria sobre javalis neste mesmo O'Eco. Esses posicionamentos "síndrome de bambi", como queiram…na realidade representam "indulgências ideológicas"…que permitem aos doidivanas tocarem suas vidinhas achando que pelo menos fazem algo "por um mundo melhor!"


    1. Carlos Magalhães diz:

      Perfeito, Raeder. É EXATAMENTE ISTO. PARABÉNS.


  6. Sérgio diz:

    Bem, me indicaram a leitura do texto , mas não vejo nele nada que já não tenha sido dito antes. O texto não informa nada sobre santuários de animais, apenar tenta criar uma atmosfera de mistério que em verdade não existe, e serve apenas para uma defesa subliminar dos zoos. Nada mais previsível, já que a autora depende deles para viver e faz disso seu negócio.

    De novo a repetição insistente de que "não existe na legislação essa categoria de santuários" (. . . Isso não cansa?). Santuários são licenciados pelos órgãos ambientais com outros nomes (centro de triagem, centro de reabilitação, criadouro científico para fins de conservação, etc), e são fiscalizados por estes. Sua existência era anterior à lei que cria essas classificações, assim como a existência de zoológicos também é anterior à lei.

    Se essas IN IBAMA fossem escritas sem a participação dos zoológicos e resolvessem chamar os empreendimento constituído de coleção de animais silvestres mantidos vivos em cativeiro expostos à visitação pública com outros nomes isso invalidaria o nome "Jardim Zoológico"?

    Ademais, não há mistério algum nos santuários de animais. Eles, por sua própria natureza, não devem nem podem receber visitação pública. Mas eles estão sempre recebendo representantes de órgãos públicos, tanto dos órgãos ambientais, quanto políticos, quanto policiais, bombeiros e etc, bem como pesquisadores e professores que os utilizam para trazer seus alunos.

    Há santuários que não deveriam merecer este nome? Com certeza sim, mas não pelos motivos descritos no presente artigo. Esses chimpanzés antropomorfizados não adquiriram esses vícios no GAP, eles vieram de circos e outros empreendimentos que os trataram na fase juvenil com roupas, chupetas e fraldas e que depois os viciaram em doces, maionese e até cigarros e bebidas alcoólicas. Como lidar com esses animais depois que tais vícios estão já estabelecidos há 30-40 anos?

    No GAP eles não recebem cervejas e cigarros, mas entendo que tendo recebido uma alimentação inadequada de marshmallows e feijoada durante 30 ou mais anos estes animais tenham de ser reabilitados aos poucos para sua dieta natural, e não de uma vez. Não vejo porque utilizar esta informação, até porque ela aparece amputada e deturpada.

    Santuários são soluções não ideais para animais que são recuperados de zoológicos, do tráfico ou de outros empreendimentos que os exploram, e que não podem ser reintroduzidos. Por acaso algum zoológico aceitaria receber 280 chimpanzés? Para onde mandar centenas de araras e papagaios recuperados do tráfico? Algum zoológico aceitaria jabutis ou já estão todos eles abarrotados de animais desta espécie? É óbvio que santuários de animais não mantém os animais "em liberdade", mas não tendo estes animais o objetivo de serem expostos ao público, estes podem viver em cativeiro com mais dignidade do que se estivessem em um zoológico.

    quando chegam sim, muitos destes animais tem vícios. Chita (na verdade um macho) morreu aos 81 anos em um Santuário em Palm Harbour


  7. danielle diz:

    Engraçado que você fala fala mas sendo membro (acho que é presidente) da SBZ e aceitar o aquário de Ubatuba que promove várias coisas ilegais é um tanto contraditório não?


  8. MARINA LANDEIRO diz:

    Mais uma vez um excelente texto da Dra. Yara, com argumentações sensatas e claras. Parabéns!


  9. Luiz Padulla diz:

    Antes de críticas levianas ao Santuário do GAP, seria importante saberem o qye é fato e o que é boato. Espero não censurarem novamente minha msg. https://biologosocialista.wordpress.com/2016/07/1


    1. Mané diz:

      "Aiinn… censuraram minha mensagem."


  10. Luiz Padulla diz:

    Censuraram meu post por que?


    1. Olá Luiz, não houve intenção, sua msg caiu no antispam do software de comentários, mas já foi liberada.


  11. Funfas diz:

  12. Edelcio Muscat diz:

    Perfeito, também gostei muito do texto e posso afirmar com larga experiência que esse cidadão do GAP, só fala besteira e quer ser o rei da cocada troglodytes, se mete em todas as escalas do governo com seu discurso de bom rapaz protetor dos grandes primatas não humanos.


  13. Jose Carlos diz:

    Excepcional texto.
    Bom, como sempre, não haverá como dialogar com fanáticos, que ainda se autointitulam "protetores" dos animais. Mas não colocam o pezinho no mato para a real proteção que a fauna BRASILEIRA (grande parcela ameaçada) necessita, já que o negócio é "trabalhar" com bichinhos fofos. Não, real proteção dá muito trabalho: se pega grandes infestações de carrapatos, aroboviroses, se está fazendo um trabalho de risco (encontro com caçadores armados e treinados), e – tchan! – não tem câmara de tv filmando! O recinto do "santuário" brasileiro mata a questão: achei que ia achar um playmobill escondido no meio daquela edificação tosca que eles devem chamar de enriquecimento.
    E achei que era brincadeira a história dos sapatos. Fui lá, li e não acreditei. Como alguém que escreve tanta baboseira tosca consegue ser levado a sério? Ah, sei…uma das características do fanatismo é não ter a capacidade de crítica.


  14. Silvia diz:

    Yara, parabéns por mais este brilhante texto!!!! Como sempre, abrindo os olhos de quem quer viver em um mundo fantasioso. È claro que temos Zoos bons, ruis e até péssimos no Brasil, porém a legislação deve valer para todos!!!! Os santuários, claramente tem um papel importante na recepção de animais, porém, longe da fiscalização e da existência de marcos legais, podem usar e abusar das antropoformizações, esquecendo, que não necessariamente, um tigre, leão ou elefante velho, doente ou vítimas de maus tratos, querem um abraço, um yakult, um doce, tornar-se vegetariano, ou ainda conviverem com animais domésticos como algo natural.
    A lei deve valer para todos, e o comportamento natural dos animais, minimamente respeitados…afinal, Mogli e Tarzan, só existem nas telas do cinema…


  15. Luiz Padulla diz:

    Como ex-funcionário do santuário, sugiro a leitura: https://biologosocialista.wordpress.com/2016/07/1


  16. Lilian Rockenbach diz:

    Animais selvagens, nativos, exóticos ou silvestres, expostos em AQUÁRIOS e ZOOLÓGICOS são retirados da natureza, ou mesmo procriados em cativeiro, para serem explorados por toda a vida como prisioneiros, num confinamento que NUNCA será parecido com seu habitat natural, simplesmente por interesses mercantís, entretenimento de parcela da sociedade e diversão de pessoas que frequentam esses locais, sem ter ideia do sofrimento imposto a estes animais.
    Cabe ainda salientar que alguns animais, nos zoológicos, são confinados ao lado de seus predadores, aumentando o seu desespero. E quanto aos animais polares ou provenientes de locais com baixas temperaturas, que são mantidos em ambientes áridos, com um clima completamente diferente de seu habitat natural, será que estão felizes?
    Os animais usados para entretenimento, muitas vezes, apresentam movimentos estereotipados, repetitivos e de automutilação. Podem desenvolver distúrbios psicológicos tão graves, que os levam a morte.
    Os santuários absorvem os animais descartados dos zoológicos, circos e outros meios de exploração, mantendo-os longe da visitação de humanos com a finalidade de lhes dar um final de vida digno. A cada ano aumentam as denúncias de zoológicos públicos ou privados que simplesmente deixam os animais morrer a míngua, por problemas financeiros.
    Leiam a avaliação da Wild Welfare sobre os zoológicos brasileiros, entidade que tenta melhorar a situação dos animais selvagens em cativeiro em todo o mundo.

    "Recintos desatualizados, recursos limitados, e a falta de uma boa legislação federal e estadual, e um nível elevado de animais resgatados que estão sendo tomadas pelos zoológicos brasileiros a cada ano, contribui para as precárias instalações e um mal-estar para centenas de animais dentro dos jardins zoológicos.

    Muitos animais em coleções brasileiras vêm de apreensões do tráfico ilegal, bem como o número de animais apreendidos certamente representa apenas uma pequena parte do número real de animais ilegalmente capturados na natureza.

    O Brasil tem 116 instituições zoológicas: 106 zoológicos e 10 aquários, que em conjunto detêm cerca de 50.000 animais. Infelizmente, muitos zoológicos brasileiros têm muito má qualidade, com estruturas físicas ultrapassadas, má gestão e não manutenção de registros. Atualmente, existem poucas oportunidades de capacitação para treinar a equipe e melhorar o seu desempenho. A maioria das instituições (57%) estão localizadas na Região Sul do país; 54% são instituições públicas, financiados pelos municípios, e são inteiramente dependente dos interesses políticos do atual prefeito."

    Fonte http://www.wildwelfare.org/#!brazilian-zoos-and-a


    1. Doc diz:

      Só falou idiotice. Zoo nenhum tira animais da natureza. Isso é crime, imbecil. Ou tu acha que um zoológico do Brasil tirou algum TIGRE da AMAZONIA?
      Zoo's trabalham com animais resgatados, envolvidos em acidentes em interação com o homem, de maus tratos, oriundos de tráfico, animais que eram de circos e etc… Tenha um pouco mais de instrução antes de palpitar.

      Já trabalhei em zoológicos e sou médico veterinário, só pra constar.


  17. Carlos L. Magalhães diz:

    Yara, cada artigo seu é ótimo. Um melhor que o outro. Este está excelente. Parabéns.

    Os que me antecederam nos comentários estão acometidos da "síndrome de bambi", patologia que em seu último estágio antropomorfiza todos os animais. E aí vem, como você diz, o "fofo", as "interações" com humanos, roupinhas e sapatos, "que meigo" e outras sandices…

    Continue combatendo o bom combate. Parabéns.


  18. Ingrid diz:

    Se alguma das fotos postadas fosse de um zoo brasileiro, seus argumentos poderiam ter alguma validade. Todo mundo sabe que os zoos daqui estão falidos e vemos constantemente denúncias de maus-tratos e fechamentos por não terem condições mínimas para a manutenção dos animais. É claro que a autora está defedendo o seu emprego, mas não pode fechar os olhos para a realidade.
    Os santuários exercem um papel que os zoológicos se recusam a exercer, o recebimento de animais "feios", com deficiências ou problemas de saúde (causados pelo confinamento) que os zoológicos não querem exibir para o público, não justificando seu investimento nesses animais. Além disso, o Ibama depende dos santuários para o encaminhamento de grandes animais apreendidos de circos e zoológicos, tanto que o GAP acabou recebendo grandes felinos e ursos, que não são o foco da organização, porque eles não tinham destinação.
    Enfim, é muito fácil criticar a "concorrência" sem mostrar resultados melhores. Vale lembrar que os santuários se mantêm com dinheiro de doação, e não de impostos, como os zoos.


    1. vanessa diz:

      Discordo, trabalho em um zoo e recebemos animais com diversos problemas, a maioria vítimas de tráfico ou de atropelamentos. Penso que não deve haver esta disputa zoo x santuários, pois independente da "titulação" estas instituições têm o dever de tratar os animais com respeito e oferecer condições para o bem-estar físico e psicológico dos espécimes. Ainda, tanto zoos como santuários devem ser frequentemente fiscalizados por técnicos da área e por civis.


    2. Dann diz:

      É só vc pesquisar um pouco, estudar. Trabalhei em zoos referencia no mundo, e são aqui no Brasil. Inclusive saíram em lista dos 10 melhores do mundo. Vc só pode palpitar se trabalha com isso, caso contrario não opine, pois não tem embasamento nenhum pra acusar. O Zoo que trabalhei, tem locais tb para esses que vc intitula como "animais feios", pois recebíamos animais oriundos de maus tratos ou acidentes, e acabavam ficando sob nossa tutela. Assim como nem todo zoo pode não seguir à risca a questão de bem-estar, isso tb acontece em santuários, e ainda com maior frequência, pois eles não desenvolvem a metade dos projetos de bem estar que um zoo promove.


    3. Wellington diz:

      Você leu a matéria?
      Se você leu, viu que ali tem fotos dos recintos dos chimpanzes do zoo de SP, BH e Beto Carrero!
      Que tal prestar mais atenção antes de criticar!


  19. Juliana diz:

    Nossa
    Por onde começar?
    RSSs
    Tive que me acalmar para escrever sobre esse texto cretino.
    É claro que nem todos os santuários são exemplo, eu já visitei um "santuário" no Laos de explorava Animais. Fiz um escarcéu, pedi meu dinheiro de volta, escrevi pro tripadvisor … Pois não existe quem oficialize essa classificação de santuários.
    Mas 90% dos que conheço tem um conceito de protecionismo, e principalmente trabalha com animais muito maltratados e que jamais poderiam retornar ao seu habitat.
    Visitei pelo mundo santuários maravilhosos , com trabalhos magníficos, e eles são abertos a visitação sim, TODOS, só que através de um programa de voluntariado. ( o que eu acho perfeito ).
    Ainda fizeram uma comparação cretina, colocar os melhores zoos do mundo com Qq coisa aqui no Brasil. Ora faça-me o favor. Que tal conhecer a realidade dos zoos do Brasil antes de cagar pelos dedos?
    Conheço pessoalmente o Sr Pedro, há muitos anos. Um homem incrível, sensível e que foi o grande responsável por retirar TODOS os chimpanzés de Circo do Brasil em condições subumanas.
    Muitos vieram cegos, tiveram seus dentes arrancados, viciados em drogas, bebida, cigarro, doces… e esses animais passam por abstinência como Qq ser humano. Tb não concordo com a parte dos doces, mas se ele dá doce para eles podem acreditar que deve existir alguma razão. É o típico, não vou julgar sem saber a real.
    Ele já levou uma equipe do Einstein para operar uma chimpanzé que foi cegada com cigarro, devolveu a ela 60% da visão. Um homem louvável a quem eu tenho profunda admiração e que me faz querer dar uma surra em quem escreveu essa matéria hipócrita.
    Provavelmente algum defensor de zoo de merda.
    Claro que nada é perfeito, mas e quem é que faz perfeito? Eu não conheço ninguém.
    Simbora mecher a bunda pra fazer melhor do que ele ?


    1. Jhonatan diz:

      Primeiro que nas fotos tem 3 zoos do Brasil, ou vc não leu o rodapé das imagens, segundo que pra elaborar esses tipos de recintos é muito mais barato do que fazer casinhas pré moldadas coloridas. Agr pra mim o Pedro não passa de um colecionador de bom coração. Não sou contra ele salvar vidas. Mas o seu ativismo amoroso chega ao extremo do ridículo, os animais do santuário são verdadeiros pets. Ele deveria mudar o conceito de manejo e proporcionar o ambiente mais natural possível para esses animais, trocar muros por alambrados bem fechados seria um primeiro passo. Seus argumentos não são bons argumebtos. O manejo de primatas é simples mas tem que haver experiência.


      1. Jhonatan, desculpe a confusão, mas as fotos de zoos no Brasil foram acrescentadas a pedido da autora hoje à tarde, depois do comentário da Juliana. Há um aviso de edição no fim da matéria


      2. Luiz Padulla diz:

        Jonathan, o enriquecimento é feito lá sim. Até mesmo a socialização de chimpanzés que viviam isolados. Não basta recintos cheios de cordas, arvires etc…chimpanzés são seres tão inteligentes como nós….dependem inclusive de cuidados especiais. Os do santuário em questão foram resgatados de locais inadequados e viviam isolados. Outro grande problema é que foram "humanizados" e não conseguem inicialmente conviver com seus semelhantes- um dos trabalhos desenvolvidos lá é justamente a aproximação e formação de grupos. Luke é o exemplo mais claro – era de um circo e não aceitava outro chimpanzé, além de desconfiar (com todos os motivod) de qq outro humano que não fosse de sua rotina. Uma analogia simples: colocar um recinto meramente "bonito" e pedir para os chimpanzés ficarem bem é o mesmo que colocar um humano da cidade no meio de uma floresta e achar que agira ele ficará bem e feliz pois um dia foi índio.


        1. Evelyn diz:

          Eu nem li todo o seu comentário pq se cara sou obrigada a lhe dizer, que o Sr. Idolatrado por ti, fez uma postagem no site da ANDA onde é colunista dizendo que Enriquecimento Ambiental é Balela.
          Exatamente está palavra: Balela.


      3. Thainara diz:

        Texto ridículo einnn defender zoólogico com visitas de humanos , com cteza seria melhor se os recintos fossem mais próximo do ambiente natural deles mas com cteza eles fazem o q podem , agora criticar uma pessoa como o Pedro q dor de cutuvelo ein , inveja q fala né , ele ama esses animais normal com o contato humano eles humanizarem eles , não vejo nda de errado na troca de amor entre humano e animal , pelo contrário eles precisam ficam depressivos pq querendo ou não podem estar no Zoo da Alemanha top não é a casa deles


    2. Chato de Galocha diz:

      "Mecher" foi muito bom, como toda a mensagem!


  20. Andreia diz:

    Que tal mostrar fotos dos recintos dos chimpanzés dos Zoos no Brasil??? Mostrar fotos de zoos no exterior e comparar com "santuários aqui… sinceramente! Qualquer um sabe que os recintos dos zoos daqui são minúsculos e deploráveis!
    Acho que santuários (ou qual seja o nome que eles venham a ter) devem existir sim, para que os animais fiquem longe dos incômodos das "visitas" nada civilizadas dos humanos!
    E fugas e acidentes também é o que mais acontece nos zoos do Brasil! Não são é relatados.
    Mas os santuários devem sim seguir regras rígidas de manutenção dos animais para que estas coisas esdrúxulas como sapatos e comidas inadequadas não sejam admitidas, e que os recintos sejam o mais próximo possível dos ambientes naturais!
    E a fiscalização aos "santuários" deve existir sim! Se não existe, a culpa é dos "órgãos responsáveis" … mais uma vez…ou seja, do governo que não provê a infraestrutura necessária aos mesmos!


    1. luiz diz:

      Chega a dar dó dos pobres santuarios


    2. Wellington diz:

      Você leu a matéria?
      Se você leu, viu que ali tem fotos dos recintos dos chimpanzes do zoo de SP, BH e Beto Carrero!
      Que tal prestar mais atenção antes de criticar!