Salada Verde

Adiada (de novo) proibição de pesca de peixes ameaçados

Não importa o grau de risco de extinção, peixes com valor comercial poderão ser pescados até junho de 2016. Prorrogação vale para 31 espécies.  

Redação ((o))eco ·
10 de junho de 2015 · 11 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente

O comércio do tubarão-martelo-grande ([i]Sphyrna mokarran[/i]) é regulado internacionalmente, mas no Brasil a portaria que proibe a pesca foi novamente adiada. Foto:
O comércio do tubarão-martelo-grande ([i]Sphyrna mokarran[/i]) é regulado internacionalmente, mas no Brasil a portaria que proibe a pesca foi novamente adiada. Foto:
 

Pela segunda vez em 3 meses a indústria de pesca conseguiu adiar e enfraquecer a aplicação da Portaria nº 445, de 17 de dezembro de 2014, que proibiu a captura, o transporte, o manejo, armazenamento e comercialização de 475 espécies de peixes ameaçados de extinção no país.

Quando foi publicada, a norma deveria começar a valer agora em junho, mas a data mudou para dezembro de 2015, através da portaria 98/2015. Nela, abriu-se uma brecha para se continuar pescando indefinidamente espécies da classificação “Vulnerável”, desde que a indústria apresentasse um plano com locais e épocas adequadas para essa categoria.

Agora, a portaria 163, publicada na última terça-feira (09), adiou a proteção de 31 espécies de valor comercial classificadas como “Criticamente em Perigo” (CR) e “Em Perigo” (EN), que poderão continuar sendo exploradas economicamente até junho de 2016.

O bagre-branco, o bodó-seda e a raia-santa estão entre os animais “Em Perigo” incluídos na lista e que, portanto, ficarão liberados para a pesca e comercialização até o ano que vem. Isso se novos adiamentos não acontecerem, já que a própria portaria adianta a possibilidade “mediante justificativa técnica fundamentada”.

Cites

Das 31 espécies que poderão continuar sendo comercializadas até junho de 2016, pelo menos 2 estão no anexo II da Convenção para a Regulamentação do Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Silvestre Ameaçadas de Extinção (CITES).

O Apêndice II da convenção lista espécies que não estão sob risco iminente, mas que pedem regulação para que o comércio não agrave o seu status e as coloque na rota da extinção.

Em 2013, sob a liderança do Brasil, a convenção aprovou a entrada no Apêndice II do tubarão-martelo-grande (Sphyrna mokarran) e do Tubarão-martelo-liso (Sphyrna zygaena). O fato foi bastante comemorado na época. Porém, internamente, até a entrada em vigor da portaria 445, essas espécies seguem desprotegidas.

 

 

Leia Também
Prorrogado o prazo para fim da pesca de animais ameaçados
Governo revisará proibição da pesca de espécies ameaçadas
Ministério da (Sobre)Pesca e do Sumiço das Estatísticas

 

 

 

Leia também

Análises
19 de dezembro de 2025

Setor madeireiro do Amazonas cresce à sombra do desmatamento ilegal 

Falhas na fiscalização, ausência de governança e brechas abrem caminho para que madeira de desmate entre na cadeia de produção

Reportagens
19 de dezembro de 2025

Um novo sapinho aquece debates para criação de parque nacional

Nomeado com referência ao presidente Lula, o anfíbio é a 45ª espécie de um gênero exclusivo da Mata Atlântica brasileira

Análises
19 de dezembro de 2025

Consórcio de cacau com nativas fortalece a bioeconomia no Sul da Bahia

A alternativa sustentável e de baixo carbono torna o sistema produtivo mais resistente e o fruto comercialmente mais interessante para o mercado

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.