Notícias

Um santuário das perobas-rosas no sul do Brasil

Esta espécie ameaçada nomeia uma Reserva Biológica no Paraná de 8,7 mil hectares, local que a protege da devastação que sofreu no estado.

Fabíola Ortiz ·
29 de abril de 2014 · 10 anos atrás

Peroba-rosa, em risco na natureza, protegida na Reserva Biológica das Perobas. Foto: Antonio Cândido Guilherme da Silva (WikiParques).
Peroba-rosa, em risco na natureza, protegida na Reserva Biológica das Perobas. Foto: Antonio Cândido Guilherme da Silva (WikiParques).

A peroba é uma árvore de madeira de lei quase extinta no estado de São Paulo e no sul do Brasil. A subespécie Aspidosperma polyneuron, conhecida como peroba-rosa é símbolo dos 8,7 mil hectares da, não á toa, chamada Reserva Biológica das Perobas, no Paraná, verbete criado no Wikiparques pelo colaborador Antonio Guilherme Cândido da Silva, que também inseriu a bela foto que ilustra esse post.

As perobas são árvores gigantescas que chegam a alturas de até 50 metros e vários metros de diâmetro. A peroba-rosa, especialmente, tem a casca viva de cor rósea, de onde advém seu nome popular. Na copa das árvores, elas abrigam várias espécies de epífitas, ou seja, plantas que se fixam nestas árvores como orquídeas, bromélias, cactos e musgos.

Segundo o ICMBio, o declínio da espécie ocorreu pela derrubada de florestas que deram lugar à agricultura e à pecuária. A peroba-rosa, com seu tronco reto, também é considerada uma ótima madeira para construção. Estar no lugar errado, do ponto de vista da agropecuária, e ser valiosa comercialmente levou a peroba-rosa à sua decadência.

A Reserva Biológica é uma categoria incluída no grupo das Unidades de Conservação de proteção integral, onde é permitido apenas o uso indireto de seus atributos naturais. Elas pretendem preservar a biodiversidade de amostras de ecossistemas e só podem receber visitas públicas para fins educacionais.

A Rebio das Perobas foi criada em 2006 e se situa no bioma da Mata Atlântica, nos municípios de Cianorte e Tuneiras do Oeste.

Em suas trilhas, é possível avistar aves como araçaris, surucuás, urubus-reis, e jacupembas. Estas fazem parte do rol de 120 espécies de aves identificadas por pesquisadores.

A Rebio das Perobas sofre com a produção de cana de açúcar em seu redor, além da caça ilegal de queixadas, catetos, veados-mateiros e antas. No seu interior há também sinais de extração de palmito-jussara.

A vista aérea da Rebio das Perobas, na foto inserida pelo colaborador Apolônio Rodrigues, mostra de forma dramática como ela é uma ilha de floresta cercada por campos cultivados.

 

 

Conheça outras áreas protegidas do Paraná no Wikiparques
Parque Nacional dos Campos Gerais
Parque Nacional do Iguaçu

Leia também
Mangue Seco, um dos grandes atrativos de Jericoacoara
Parque Municipal do Grumari ganha 10 km de trilha sinalizada

 

 

 

  • Fabíola Ortiz

    Jornalista e historiadora. Nascida no Rio, cobre temas de desenvolvimento sustentável. Radicada na Alemanha.

Leia também

Salada Verde
15 de abril de 2024

MMA revoga normas de Bolsonaro que dificultavam aplicação de multas ambientais

Mudanças foram publicadas no Diário Oficial nesta segunda-feira (15). Durante gestão anterior, aplicação de multas ambientais na Amazônia caiu 93%

Reportagens
15 de abril de 2024

Área de mangue bem conservado cresce 33% na APA Guapi-Mirim, na Baía de Guanabara

Proteção assegurada por unidades de conservação favoreceu regeneração natural; Atividades do Gaslub (antigo Comperj) ameaçam APA e Esec Guanabara

Reportagens
15 de abril de 2024

Destruição do Cerrado emperra mega corredor da onça-pintada

É inadiável ampliar unidades de conservação e melhor alocar a vegetação legalmente protegida para salvar espécies nativas

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.