Salada Verde

Unidades de conservação sofrem com vandalismo em Minas Gerais

A Floresta Estadual do Uaimií e o Parque Estadual do Itacolomi sofreram depredações, arrombamentos e roubo. As unidades estão sem funcionários desde o encerramento dos contratos com empresas terceirizadas

Sabrina Rodrigues ·
25 de maio de 2017 · 7 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
Floresta Estadual do Uaimií - Foto: Amda/Facebook.
Floresta Estadual do Uaimií – Foto: Amda/Facebook.

Duas unidades de conservação de Minas Gerais foram alvo de depredação e de vandalismo. A Floresta Estadual do Uaimií e o Parque Estadual do Itacolomi, ambos localizados em Ouro Preto, tiveram problemas com danificações de suas portarias e outros estragos.

A primeira unidade a sofrer ataques foi a Floresta Estadual do Uaimií, que, em março deste ano, teve a sua portaria, que fica no distrito de Brás Gomes, danificada. A porta principal foi arrombada, os vidros das janelas foram completamente quebrados, banheiros sujos e entupidos e até um vaso sanitário foi roubado. Isso sem falar do entorno que estava repleto de sacolas plásticas, latas, garrafas de sucos e refrigerantes.

Já o Parque Estadual do Itacolomi teve a portaria arrombada, mas nada foi levado. O fato ocorreu no final de abril.

Floresta Estadual do Uaimií - Vidros das janelas quebrados - Foto: Amda/Facebook.
Floresta Estadual do Uaimií – Vidros das janelas quebrados – Foto: Amda/Facebook.

A Associação Mineira do Meio Ambiente (Amda) levou os casos ao Ministério Público. “O Estado teria de ter tomado medidas para proteger os parques antes de romper o contrato com as empresas Verso e Cristal. Achávamos que no governo anterior a situação das unidades de conservação era péssima. O atual conseguiu piorar ainda mais, decretando seu abandono ‘oficial’. Alguém tem de ser responsabilizado por isto”, afirma a superintendente da Amda, Dalce Ricas.

Ausência de funcionários

Além das duas unidades de conservação terem sido alvos de vandalismo, ambas sofrem também com a ausência de funcionários. Na época do ocorrido na Floresta Estadual do Uaimií, a unidade contava apenas com três funcionários. O Parque Estadual do Itacolomi, por sua vez, sofreu uma baixa de aproximadamente 30 funcionários em função do encerramento dos contratos entre o Estado de Minas e as empresas terceirizadas responsáveis pelos guardas-parques.

Floresta Estadual do Uaimií - Vidros das janelas quebrados. Foto: Amda/Facebook.
Floresta Estadual do Uaimií – Vidros das janelas quebrados. Foto: Amda/Facebook.

O encerramento do contrato entre o governo de Minas Gerais e as empresas terceirizadas sem a reposição do corpo funcional contribuiu não só para que os ocorridos em Ouro Preto acontecessem, mas também, para que outras unidades de conservação fechassem seus espaços para a visitação pública.

Concurso Público

Com os fins dos contratos das empresas terceirizadas, os novos contratos foram assumidos pela Minas Gerais Administração e Serviços S/A (MGS), empresa pública que, por meio de concurso público, mantém parte do quadro de funcionários do Estado. O concurso para preencher a vaga dos guardas-parques foi marcado para o dia 5 de março, fato que causou controvérsia, pois vários guardas-parques com anos de atuação nas unidades teriam que prestar concurso público para continuar a exercer a função que desempenham há tantos anos. Concurso público com provas não condizentes com a realidade do dia-a-dia dos guardas e que podem deixar profissionais experientes fora do trabalho.

O diretor-geral do IEF, João Paulo Sarmento, informou que as ações de vandalismo nas unidades de conservação estão sendo investigados e disse ainda que os concursados serão chamados ainda essa semana.

Floresta Estadual do Uaimií - Janelas quebradas. Foto: Amda/Facebook.
Floresta Estadual do Uaimií – Janelas quebradas. Foto: Amda/Facebook.
Floresta Estadual do Uaimií - Sacos plásticos, garrafas de refrigerantes, caixas de sucos espalhados. Foto: Amda/Facebook.
Floresta Estadual do Uaimií – Sacos plásticos, garrafas de refrigerantes, caixas de sucos espalhados. Foto: Amda/Facebook.

 

Leia Também

Concurso para manter guardas-parques mineiros preocupa ambientalistas

Governo de Minas tem até segunda para pagar guarda-parques

Por falta de pagamento de funcionários, áreas protegidas mineiras são fechadas

 

  • Sabrina Rodrigues

    Repórter especializada na cobertura diária de política ambiental. Escreveu para o site ((o)) eco de 2015 a 2020.

Leia também

Notícias
1 de novembro de 2016

Por falta de pagamento de funcionários, áreas protegidas mineiras são fechadas

Doze unidades de conservação tiveram que fechar as portas para a visitação e pesquisa por conta do atraso no pagamento dos guarda-parques

Notícias
8 de novembro de 2016

Governo de Minas tem até segunda para pagar guarda-parques

Empresa Cristal enviou os dados para pagamento dos funcionários. Doze unidades de conservação foram fechadas por causa do atraso nos salários.

Notícias
14 de fevereiro de 2017

Concurso para manter guardas-parques mineiros preocupa ambientalistas

Nova contratação exigirá prova e pode desempregar guardas-parques antigos e já treinados. Contratos com terceirizadas terminam agora

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Comentários 1

  1. Gaspar diz:

    Como técnico em agropecuária trabalhei como desmatamento, produtos químicos etc. Mas, fiz uma conversão à conversão da natureza e é lamentável que as políticas publicas dos município, estados e federação, se preocuparam apenas em criar unidades de conservação (vem lá um iluminado cientista) não conversa com as populações afetadas, não perguntam, apresentam um plano fictício e manda decreto goela abaixo das populações nativas em bem da conservação. Isso soa como prepotência. Depois não regularizam essas áreas, deixam os servidores ao Deus-dará, e por fim assistimos os cortes nos limites dessas áreas. Eu, tenho dito em país onde existe uma sobreposição de leis. Fica as perguntas o que restará a ser protegido? Por fim a que viemos mesmo? Estamos a serviço de quem?