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Último macho dos rinocerontes brancos do norte morre no Quênia

Aos 45 anos, Sudan estava muito debilitado devido a complicações relacionadas à idade e morreu na segunda-feira (19). Agora só restam duas fêmeas da subespécie

Sabrina Rodrigues ·
20 de março de 2018 · 6 anos atrás
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Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
Sudan era o último macho da subespécie rinocerontes brancos do norte. Foto: Andrew Harrison Brown/Facebook Ol Pejeta.

 

O Ol Pejeta Conservancy é o maior santuário de rinoceronte preto no leste da África e abrigava os três dos últimos rinocerontes brancos do norte (Ceratotherium simum cottoni) do mundo. Abrigava. Agora são somente duas, pois Sudan, o último macho da subespécie rinoceronte branco do norte do mundo, morreu na segunda-feira (19). O anúncio foi feito pelos administradores do Ol Pejeta, localizado no Quênia, nesta terça-feira (20).

As complicações de saúde de Sudan levaram a alterações degenerativas em músculos e ossos combinados com feridas extensas na pele do animal. Sua condição piorou significativamente nas últimas 24 horas. Ele não conseguia se levantar e estava sofrendo muito. A equipe veterinária do Ol Pejeta e o Kenya Wildlife Service (Serviço Vida Selvagem do Quênia) decidiram praticar a eutanásia no rinoceronte.

Sudan deixa Najin e Fatu, respectivamente filha e neta do rinoceronte, que era vigiado 24 horas por dia por guardas armados e monitorado através de um rádio transmissor. A vigilância era para proteger Sudan dos caçadores, ávidos em obter os chifres dos rinocerontes para contrabandeá-los para o mercado ilegal asiático, devido à crença de que os chifres obtém poderes milagrosos de cura de todo o tipo de doença.

A história de Sudan e a esperança de novos rinocerontes da espécie

Na década de 1970, Sudan escapou da extinção da sua espécie quando foi transferido para o Zoológico Dvůr Králové, no Quênia. Depois foi para o Santuário Ol Pejeta. Em 2015, foi feita uma campanha para conseguir pagar por mais seis meses os 40 guardas que mantinham os caçadores afastados do santuário de 36,4 mil hectares, próximo de Nairóbi, capital do país.

Naji e Fatu permanecem em Ol Pejeta. Sudan teve o seu material genético coletado ontem, o que proporciona uma esperança para futuras tentativas de reprodução de rinocerontes brancos do norte através da fertilização in vitro.

 

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  • Sabrina Rodrigues

    Repórter especializada na cobertura diária de política ambiental. Escreveu para o site ((o)) eco de 2015 a 2020.

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