Salada Verde

Alckmin elogia projeto que muda lei de agrotóxicos e compara com remédios

“Não é lei do veneno, é lei do remédio”, afirmou o candidato à presidência, sobre o PL 6299/02, em evento promovido pela ‘Coalizão pela Construção’

Sabrina Rodrigues ·
7 de agosto de 2018 · 6 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
“Não é lei do veneno, é lei do remédio”, afirmou o candidato à presidência, Geraldo Alckmin, sobre o PL 6299/02, que flexibiliza o uso dos agrotóxicos no Brasil. Foto: André Luiz D. Takahashi.

 

O candidato à presidência da República, Geraldo Alckmin (PSDB), defendeu ontem (06) o projeto de lei que muda a lei dos agrotóxicos. O candidato discursou em evento promovido pela ‘Coalizão pela Construção’, grupo que reúne 26 entidades do setor da construção civil, realizado em Brasília.

Conhecido como PL do Veneno, o Projeto de Lei 6299/02 substitui a Lei de Agrotóxicos, que desde 1989 serve de base para o registro, controle e fiscalização dos pesticidas no Brasil. O principal argumento da bancada ruralista é de que a atual legislação é defasada e excessivamente burocrática, dificultando o registro de novos produtos junto aos órgãos reguladores.

“Não é lei do veneno, é lei do remédio. Como os animais ficam doentes, as plantas também ficam doentes. Você precisa ter defensivos para defender a planta”, afirmou. “Precisamos de defensivos agrícolas mais modernos. O que não se pode admitir é a morosidade, o cartório. Quando demora mais de oito anos para aprovar um produto novo, você está prejudicando a população”, disse Alckmin.

Mudança nas regras

Ao contrário do setor de medicamentos, em que o registro de um produto precisa ser refeito a cada 5 anos, o Projeto de Lei que flexibiliza a lei de agrotóxicos mantém o produto registrado por tempo indeterminado. A proposta também substituiu a palavra “agrotóxico” por “defensivos fitossanitários”, termo considerado pelo relator do projeto, o deputado Luiz Nishimori (PR-PR), como “menos depreciativo”.

O projeto também centraliza o poder de registro de novos agrotóxicos no Ministério da Agricultura. Atualmente, essa responsabilidade é compartilhada com Ibama e Anvisa.

 

Leia Também

SBPC se manifesta contra mudanças no marco dos agrotóxicos

Bolsonaro defende a fusão dos ministérios da Agricultura e Meio Ambiente

Mais de 60% dos deputados federais atuam contra a agenda socioambiental

 

  • Sabrina Rodrigues

    Repórter especializada na cobertura diária de política ambiental. Escreveu para o site ((o)) eco de 2015 a 2020.

Leia também

Salada Verde
30 de janeiro de 2018

Mais de 60% dos deputados federais atuam contra a agenda socioambiental

Levantamento da Repórter Brasil afirma que 313 parlamentares votaram ou elaboraram projetos contrários à preservação do meio ambiente, comunidades indígenas e trabalhadores rurais

Salada Verde
15 de março de 2018

Bolsonaro defende a fusão dos ministérios da Agricultura e Meio Ambiente

Pré-candidato à presidência pelo PSL, deputado acredita que a incorporação do MMA pelo MAPA levará harmonia ao campo. Titular da pasta seria indicado pelas entidades dos produtores

Salada Verde
23 de maio de 2018

SBPC se manifesta contra mudanças no marco dos agrotóxicos

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência divulgou nota contra tentativa do Congresso de mudar lei que rege os agrotóxicos no país

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.