Ontem (18), Ministério de Minas e Energia e Agência Nacional de Energia Elétrica deram passos simultâneos para tentar consolidar a insustentável obra da usina de Belo Monte, em trecho paraense do rio Xingu. O ministério informou ter aprovado as diretrizes para o leilão de compra de energia, marcado para 20 de abril (veja aqui), enquanto a agência aprovou o edital para a venda de energia da megabarragem (veja aqui). Ambos os órgãos federais insistem em estipular o valor do empreendimento em 19 bilhões de reais e anunciar uma geração média de energia durante o ano de 4,5 mil megawatts. Entidades civis, pesquisadores e especialistas rebatem apontando que os custos reais da obra são muito maiores, que a produção de energia será reduzida devido às variações naturais no volume de água do manancial (elevando as suspeitas de que outras barragens serão necesárias para assegurar a geração em Belo Monte). O projeto atolado em inconsistências técnicas e jurídicas nasceu durante a Ditadura Militar, foi docemente acolhido pelo governo Lula e incorporado como uma das principais obras do PAC. Programa que cada vez mais ganha viés eleitoreiro, servindo de suporte à campanha de Dilma Roussef - ”gerente” em governo de esquerda com estilo tucano que em nada inovou na implantação de infraestrutura no país.
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