Reportagens

REAMAR ataca sujeira na areia e mar da Urca

Coletivo de organizações públicas e civis organiza sábado de limpeza e educação ambiental no calçadão, na areia e até no fundo do mar.

Marcio Isensee e Sá ·
8 de outubro de 2012 · 11 anos atrás
Equipe do REAMAR: a força do coletivo está na variedade das instituições participantes. (Foto: Marcio Isensee)
Equipe do REAMAR: a força do coletivo está na variedade das instituições participantes. (Foto: Marcio Isensee)

O primeiro sábado do mês de Outubro, em plena primavera, foi um típico dia de verão carioca: calor, céu azul, praia e… lixo nas praias. Embora esta seja a realidade carioca, uma iniciativa coletiva está incentivando a mudança de comportamento através de ações de educação ambiental. Trata-se da REAMAR — Rede de Educação Ambiental Marinha, que realiza mensalmente um evento nas praias da Urca, o charmoso bairro carioca, localizado à beira da Baía da Guanabara.

A rede é um coletivo de organizações, públicas e civis, que trabalham com educação ambiental.  Entre mais de 20 participantes da rede, estavam presentes nesta 3a edição da ação na Urca o Instituto Moleque Mateiro (oficinas de sustentabilidade); Comlurb ( atividades recreativas e grupo “chegando de surpresa”); INEA ( oficinas com materiais reaproveitados); Projeto Grael (oficinas de nós náuticos e origami); Sea Shephard (exposição de fotos do lixo marinho e ação com mergulhadores)

O problema do lixo marinho não se limita a sujeira da areia, o problema mais aparente. O REAMAR trabalha com 3 linhas: no calçadão, concentram-se as atividades de educação ambiental; nas areias, voluntários catam o “micro-lixo” — cotocos de cigarro, plástico de canudos e outros lixos diminutos não coletados pelo serviço de limpeza — e o grupo “Chegando de Surpresa”, da Comlurb, realiza uma divertida ação de conscientização ao som de um belo samba-enredo; no mar, mergulhadores voluntários (apnéia e cilindro) fazem a limpeza dos costões, enquanto grupos de canoagem seguem até a ilha de ilha de Cotunduba para estender o escopo da limpeza da região.

“Nós trazemos 10 mergulhadores de cilindro e sacos de coleta e encontramos coisas meio absurdas, como: celular, tênis, fraldas usadas, pilhas, madeiras e pneus. Na última edição aqui na Praia Vermelha coletamos 70kg de lixo, disse Gisele Pontes, coordenadora de marketing do Instituto Sea Shephard.

Educação Ambiental

Para os integrantes da rede, o mais importante é influenciar os frequentadores da praia com bons princípios de educação ambiental. Felipe Albino, do Instituto Moleque Mateiro, explicita como funcionam as oficinas de sustentabilidade: “nosso objetivo é mostrar a população uma alternativa de reutilização de materiais tão facilmente descartados no dia-a-dia. Um exemplo é a oficina de plantio em garrafas pet”.

Com datas agendadas até o final do ano, o objetivo é que o REAMAR tenha desdobramento e se espalhe pela cidade. “O programa Sena Limpa, dos governos municipal e estadual, envolve 6 praias, São Conrado, Leblon, Ipanema, Leme, Urca e Bica, que receberão investimentospara a sua despoluição, diz Pólita Gonçalves, gerente de educação ambiental do INEA. “A educação ambiental é o primeiro passo para o aumento do sentimento de pertencimento das pessoas, no uso sustentável dos espaços públicos”.

O velejador Lars Grael também esteve presente no evento. “O cidadão que passa por aqui muda a forma de pensar e de agir quando vê uma ação integrada como essa em defesa do meio ambiente, disse ele a ((o))eco.  “Quando eu era criança em Niterói, no Saco de São Franscisco, nós viamos estrela do mar, cavalo marinho, arraias, e isso sumiu com o tempo. A poluição foi um processo muito veloz, destruidor”.

 

 

  • Marcio Isensee e Sá

    Marcio Isensee e Sá é fotógrafo e videomaker. Seu trabalho foca principalmente na cobertura de questões ambientais no Brasil.

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