Rio de Janeiro – Aconteceu na manhã desta quinta-feira, na escadaria da assembléia legislativa do Rio de Janeiro manifestação capitaneada pelo deputado e ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Com cerca de 50 pessoas, o protesto pedia a manutenção dos pilares do Código Florestal (CF) brasileiro.
O ato público ocorreu em resposta ao deputado Aldo Rebelo, que apresentou, na última terça-feira, o relatório da Comissão Especial que pretende alterar o CF e, desta forma, anistiar desmatadores e reduzir os tamanhos das Áreas de Preservação Permanente (APP). Em princípio, a apresentação das emendas ao relatório de Rebelo ocorrerá na próxima quarta-feira, dia 16 de junho e a votação na Comissão pode ocorrer até o dia 23 deste mês.
“É mentira que a defesa da natureza seja conflitante com a agricultura. A proposta prevê a privatização das florestas e defende os latifundiários. Já existe um estoque gigantesco de áreas desmatadas no Brasil e que poderia ser utilizadas por agricultores familiares”, disse André Ilha, diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), presente ao evento.
O geógrafo Alceo Magnanini, um dos autores da primeira versão do Código Florestal, lançada em 1965, foi direto. “É o não cumprimento da lei que devemos combater”, afirmou, em referência aos inúmeros crimes ambientais que já existem no país. Como de costume, Minc mostrou a sua eloqüência e pediu para os participantes finalizarem o encontro com um coro, entoado pelo próprio ao microfone: “Mais alimento, sem desmatamento”. (Felipe Lobo)
Leia também
Uma bolada para a conservação no Paraná
Os estimados R$ 1,5 bilhão poderiam ser aplicados em unidades de conservação da natureza ou corredores ecológicos →
Parque no RJ novamente puxa recorde de turismo em UCs federais
Essas áreas protegidas receberam no ano passado 23,7 milhões de visitantes, sendo metade disso nos parques nacionais →
Justiça Federal determina expulsão de invasores de terra indígena no Pará
A TI Alto Rio Guamá passou por desintrusão em 2023, mas voltou a ser invadida no último domingo; no início do mês, falso juiz reuniu população e mentiu sobre “direito de retorno” →