Um novo vídeo do jornalista Mark Schapiro exibido na rede pública americana PBS revelou o ressentimento entre alguns beneficiários do Programa Bolsa Floresta na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Juma, no Estado do Amazonas, que alegam terem sido engados sobre seus direitos de uso das florestas do local. O nome do documentário: Caçadores de Carbono.
O Eco já escreveu sobre Juma, onde pessoas concordaram em receber cartões de crédito com uma ‘bolsa’ em troca do compromisso de não cortarem ou queimarem árvores. A reserva é considerada uma experiência modelo nas estratégia para distribuir renda e ao mesmo tempo deixar a floresta em pé, ao gerar dinheiro no mercado voluntário de carbono.
O programa Bolsa Floresta oferece entre 25 a 50 dólares por mês em compensação para as comunidades locais. Deste então, muitos acham que o crédito mensal não é suficiente para sustentar as famílias. Até a pré-candidata à Presidência, Marina Silva é entrevistada e critica o REDD (Redução por Emissões do Desmatamento e Degradação Florestal), dizendo que o Estados Unidos precisam reduzir sua próprias emissões antes de as florestas brasileiras serem colocadas sobre a mesa.
“De outra forma, nós estaremos transferindo o problema mais uma vez para os países em desenvolvimento”, ela diz. “E os países desenvolvidos continuarão com suas mesmas práticas […] Nós não podemos tratar o problema da mudança climática como um negócio, uma relação comercial entre os países. Lidar com as questões apenas sob a perspectiva de créditos de carbono é saltar a responsabilidade que temos de lidar os perigos que o planeta está enfrentando”, disse Marina no documentário.
A reportagem segue uma série de investigações feitas por Schapiro em Novembro passado, onde ele documentou os impactos do projeto da The Nature Conservancy sobre pequenas comunidades em Guaraqueçaba (Paraná). (Patrick Bodenhan)
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