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Rio nomeia como chefe do combate a crimes ambientais policial que responde por morte de Cláudia Ferreira

Rodrigo Medeiros Boaventura comandou operação que resultou na morte da auxiliar de serviços gerais Cláudia Silva Ferreira, em 2014. Após seis anos, ação segue parada na justiça 

Daniele Bragança ·
17 de novembro de 2020 · 3 anos atrás
O governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, promove mudanças na Secretaria do Ambiente. Foto: Eliane Carvalho/Governo do RJ.

O governador em exercício do estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), nomeou nesta terça-feira (17) o policial militar Rodrigo Medeiros Boaventura como novo superintendente de Combate aos Crimes Ambientais da Secretaria Estadual de Ambiente e Sustentabilidade (Seas). O capitão exercia o cargo de coordenador de logística e apoio aéreo na mesma superintendência, há 22 dias.

Desde o afastamento de Wilson Witzel, a Secretaria do Estado de Ambiente e Sustentabilidade (Seas) passa por uma troca de comando. No começo de outubro, o deputado estadual Thiago Pampolha (PDT) assumiu a chefia da pasta, no lugar de Altineu Côrtes, que voltou a ocupar seu cargo como deputado federal (PL-RJ). As mudanças fazem parte do movimento do governador em exercício para recuperar a base parlamentar perdida por Wilson Witzel. No entanto, o histórico do novo ocupante chamou atenção: ele responde a um processo por homicídio em um dos crimes mais famosos da capital.  

Em 2014, o então tenente Boaventura comandou uma operação no Morro da Congonha, em Madureira, que resultou na morte da auxiliar de serviços gerais Cláudia Silva Ferreira. Ela ia à padaria quando foi baleada com dois tiros, um no pescoço e outro nas costas. Alegando socorro, três policiais – os subtenentes Adir Serrano Machado e Rodney Archanjo, e o sargento Alex Sandro da Silva Alves a colocaram no porta-malas da viatura que, durante o trajeto, se abriu. O corpo de Cláudia ficou preso ao carro pelas roupas que usava e foi arrastado por cerca 350 metros até a viatura parar. Os policiais saíram do carro, tiraram o corpo do chão, colocaram de novo no porta-malas, e seguiram até o Hospital Carlos Chagas. Um cinegrafista amador filmou os policiais e o caso ganhou repercussão. 

Nenhum dos policiais militares envolvidos na morte de Cláudia foi punido, criminal ou administrativamente, até agora. O processo se arrasta na 3ª Vara Criminal da capital. Em seis anos, apenas uma audiência foi realizada sobre o caso, em 2019. 

Respondem pela morte de Cláudia o capitão Boaventura, que comandou a operação, acusado de homicídio simples, e os policiais Zaqueu de Jesus Pereira Bueno, Adir Serrano, Rodney Archanjo, Alex Sandro da Silva e Gustavo Ribeiro Meirelles. Serrano e Archanjo estão reformados. Os demais seguem trabalhando na corporação ou cedidos ao governo do estado.

 

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  • Daniele Bragança

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

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