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CBUC 2015: Pela criação do Parque Nacional de Albardão

ONGs se unem para pedir a criação de unidade de conservação marinha, cujo processo está paralisado no Instituto Chico Mendes desde 2008.

Daniele Bragança · Uanilla Pivetta · Marcio Isensee e Sá ·
24 de setembro de 2015 · 9 anos atrás
Cartaz da campanha de criação do Parque. Foto: Divulgação
Cartaz da campanha de criação do Parque. Foto: Divulgação

Pelo menos dois Planos de Ação Nacional para a conservação de espécies ameaçadas propõem a criação do Parque Nacional de Albardão, em Santa Vitória do Palmar, no Rio Grande do Sul. A unidade é consenso entre os ambientalistas e interessa a prefeitura local, que pretende promover o ecoturismo na região, mas o processo está há 7 anos sendo analisado pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio). Aproveitando a 8ª edição do Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, organizações ambientalistas se juntaram para lançar uma campanha internacional em prol da criação do parque.

“É uma região com enorme potencial para o ecoturismo e para o turismo de aventura. Tem uma beleza cênica daquela paisagem desértica fantástica. Então, está na hora de conseguirmos esse parque nacional; tirar esse processo das gavetas para que se possa não só proteger essas espécies ameaçadas, mas também gerar emprego e renda”, afirma Truda.

O Divers for Sharks, o Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental (NEMA), o Instituto Augusto Carneiro, em parceria com a Rede Pró Unidades de Conservação, lançou a campanha a tarde desta quarta-feira (23).

Albardão é considerada de alta importância para a preservação de pelo menos 6 espécies. A toninha (Pontoporia blainvillei), o  tubarão cação-anjo,  Lagartinho-da-praia (Liolaemus occipitalis); o Sapo-boi (Ceratophrys ornata) e sapinho-da-barriga-vermelha (Melanophryniscus montevidensis).

Tanto o Plano de Ação das Espécies de Anfíbios e Repteis Ameaçados de Extinção do Sul do Brasil (Pansul – ICMBio/RAN) quanto o Plano de Ação para a Conservação do Pequeno Cetáceo Toninha propõem a criação da área.

A região é berçário de espécies, como a raia-viola (Rhinobatos horkelli), o cação-martelo (Sphyrna lewini), cações-anjo (Squatina occulta e S. gugenheim), o cação-listrado (Mustelus fasciatus).

Mobilização

O site da Rede Pró UCs lançou uma plataforma de mobilização para que o público ajude a pressionar o governo a criar a unidade. Trata-se de uma ferramenta onde cada assinante preenche um formulário com dados básicos e uma carta pedindo a criação do parque nacional do Albardão é automaticamente enviada para as autoridades do Instituto Chico Mendes (ICMBio) e Ministério do Meio Ambiente.

 

 

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  • Daniele Bragança

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

  • Marcio Isensee e Sá

    Marcio Isensee e Sá é fotógrafo e videomaker. Seu trabalho foca principalmente na cobertura de questões ambientais no Brasil.

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Comentários 2

  1. Maílson diz:

    Criar UC sem dotação orçamentária pra isso é uma irresponsabilidade. Tem que acabar com essa mania de criar só por criar, depois dá um jeito… Deveria, inclusive, era passar algumas unidades federais com 50, 100 hectares pros municípios e otimizar o recurso existente. E não venham com esse papo de que a criação já inibe o uso da área, pois quem fica com os conflitos não são as ONGs que pedem a criação.


    1. José Truda diz:

      No caso específico, não apenas se trata basicamente de áreas públicas, portanto sem custo de aquisição, como ainda há a excelente estrutura do ICMBio na contígua Estação Ecológica do Taim para dar suporte à implementação da nova UC. Se durante os últimos 40 anos tivéssemos esperado dotação orçamentária prévia pra criar UCs, ademais, não haveria SNUC… Mas há quem preferisse isso.