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Avanço de atividades industriais ameaça metade dos Patrimônios Mundiais Naturais

Relatório da WWF sobre áreas de conservação revela que 114 sítios da UNESCO estão sob ameaça de atividades industriais e mineração.

Rafael Ferreira ·
12 de abril de 2016 · 8 anos atrás
Grande Barreira de Corais na Austrália. Foto por Kyle Taylor
Grande Barreira de Corais na Austrália. Foto por Kyle Taylor

Em relatório divulgado na última semana (dia 06 de abril), a WWF fez um alerta: quase metade dos lugares declarados como Patrimônios Mundiais Naturais pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) estão ameaçados por atividades industriais. São 114 localidades que, apesar do título que confere proteção especial tanto da ONU quanto dos governos nacionais responsáveis, estão sob ameaça direta ou indireta de atividades industriais.

O relatório “Proteção de pessoas através da natureza: Os patrimônios naturais do mundo como condutores para o desenvolvimento sustentável” (em tradução livre) aponta que práticas invasivas de exploração de combustíveis fósseis, extração ilegal de madeira e mineração, desrespeitam o status de conservação máxima desses santuários e destroem gradativamente esses habitats. De acordo com os dados da ONG, pelo menos 11 milhões de pessoas dependem diretamente desses lugares para sua subsistência e qualidade de vida.

O prefácio escrito pelo Diretor-Geral da WWF Internacional, Marco Lambertini, deixa claro que a intenção do relatório é desmistificar a conservação como algo na contramão do desenvolvimento. Ao contrário, ela deve estimular governantes a assumirem um compromisso real com a causa. Lambertini explica que “a adoção das Metas de Desenvolvimento Sustentável no ano passado demonstra que os governos ao redor do mundo estão reconhecendo que as agendas social, econômica e ambiental não só andam juntas, como são inseparáveis”. O diretor também pontua a importância de proteger áreas naturais e ecossistemas como forma de garantir o desenvolvimento a longo prazo e a qualidade de vida. “Esse relatório mostra que ao conservar grandes áreas de habitat, Patrimônios Naturais Mundiais também ajudam a aumentar a resiliência a desastres naturais, garantem a sobrevivência das comunidades e proporcionam proteção contra os impactos das mudanças climáticas”, conclui.

Existem hoje no mundo 229 lugares reconhecidos pela UNESCO com o título de Patrimônio Mundial Natural, dos quais sete estão no Brasil: o Parque Nacional do Iguaçu, as reservas de Mata Atlântica do Sudeste, as reservas de Mata Atlântica na Costa do Descobrimento (Bahia e Espírito Santo), o Complexo Central de Conservação da Amazônia, a Área de Conservação do Pantanal, as ilhas atlânticas: Fernando de Noronha e Atol das Rocas, e as Áreas de Proteção do Cerrado, que incluem a Chapada dos Veadeiros e os Parque Nacional das Emas.

 

 

Saiba mais

Leia aqui o relatório na íntegra (até o momento não há versão em português)

 

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