Represado, desviado, impactado: um dos rios mais lindos do país deixará de existir como é para dar lugar a polêmica Hidrelétrica de Belo Monte. Para se despedir da paisagem que já está sendo definitivamente transformada, o Instituto Socioambiental (ISA), junto com a Associação Indígena Miratu Yudjá Xingu (Aimyx), promovem a canoada Bye Bye Xingu, que percorrerá durante 5 dias os 102 km da Volta Grande do Xingu.
Participam da canoada grupos atingidos pela construção da maior obra em andamento no país, como indígenas, pescadores e ribeirinhos. Ativistas de várias partes do país também farão parte. O objetivo, além de ser um protesto, é discutir o futuro da região.
Largada
A largada será dada na manhã desta segunda-feira (08), mas a preparação começou neste domingo, no Centro de Formação Bethânia, espaço que pertence a Prelazia do Xingu e fica a 7 km do centro de Altamira. Neste local, a organização reuniu os guias que orientarão os participantes da expedição. As canoas serão guiadas por indígenas, ribeirinhos e pescadores experientes na navegação no Xingu e recorrerá 112 km.
Os participantes se reunirão a partir das 6h30 desta segunda-feira no porto de Altamira. De acordo com a programação, durante os três dias de remadas, as canoas passarão em frente a barragem principal do rio e ao sítio Pimental, canteiro de obra onde está sendo erguida a casa de força secundária da usina e ao lado do mecanismo de transposição terrestre de barcos, que tem sido avaliado como um transtorno para as comunidades afetadas.
Além disso, a canoada também passará próxima a Terra Indígena Paquiçamba, território do povo Juruna e também vai beirar a região da cachoeira Jeriquá, um dos mais belos trechos da Volta Grande, formado por cachoeiras, pedrais, bancos de areia e ilhas.
Rodas de conversa sobre impactos da hidrelétrica em Terras Indígenas, alternativas energéticas e o futuro da Amazônia vão acontecer todas as noites durante a expedição. A primeira delas vai contar com a presença do ambientalista do Greenpeace Ricardo Baitelo.
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