Notícias

Tuco-tuco das dunas: cuidado onde pisa

Se passear pelas dunas do litoral do Rio Grande do Sul ou pelos pampas gaúchos, atenção onde pisa: pode ser a casa de um simpático tuco-tuco.

Redação ((o))eco ·
26 de junho de 2014 · 10 anos atrás

[i]Ctenomys flamarioni[/i] fotografado no Rio Grande do Sul, em dezembro 2010. Foto:
[i]Ctenomys flamarioni[/i] fotografado no Rio Grande do Sul, em dezembro 2010. Foto:

O tuco-tuco das dunas (Ctenomys flamarioni) é um dos membros da família Ctenomyidae, que inclui outras 60 espécies diferentes de pequenos roedores, todas apelidadas de tuco-tucos. Estes roedores são endêmicos da América do Sul e muitas das espécies são restritas a determinadas regiões. O C. flamarioni é encontrado somente nas dunas costeiras do Rio Grande do Sul. A espécie é ameaçada por perda de habitat devido à remoção de dunas e da urbanização. Para o ICMBio é considerada “Vulnerável” pelo ICMBio e “Em Perigo” pela IUCN.

O nome “tuco-tuco” é uma referência ao som que o macho da espécie produz quando se sente ameaçado. A espécie foi descrita pelo biólogo brasileiro Vitor Hugo Travi, que propôs o nome científico flamarioni em homenagem ao colega, Luiz Flamarion B. de Oliveira.

Esses animais são caracterizados por uma pelagem cor de areia, corpos robustos e cilíndricos com pernas curtas e caudas peludas. Têm longas patas dianteiras que servem para a escavação de túneis, enquanto as traseiras são usadas para assentar a terra. A cabeça grande tem orelhas pequenas. A pele é um pouco solta para deslizar sobre os túneis que criam. Têm de 15 a 25 cm de comprimento e pesam cerca de 200 gramas. Os tuco-tucos lembram as marmotas do hemisfério Norte, mas na verdade são parentes das capivaras, ratões-do-banhado, preás e outros roedores sul-americanos.

A espécie apresenta acentuado dimorfismo sexual a favor dos machos, maiores e mais pesados, entretanto, as fêmeas são mais numerosas.

Tuco-tucos são animais solitários e difíceis de serem vistos, já que passam a maior parte da vida (cerca de 90%) no subsolo. Nascem, crescem, alimentam-se e reproduzem-se dentro das tocas. Na busca por alimentos, passam a maior parte do dia construindo túneis e passagens ao redor da toca que pode atingir 15 metros de comprimento e 30 centímetros de profundidade. Sua dieta é constituída de folhas, talos e raízes de gramíneas, além de ciperáceas (como capim-cidreira) que nascem junto às saídas de suas tocas.

O período reprodutivo ocorre uma vez por ano, com o provável período de acasalamento entre maio e setembro, cerca de 120 dias de gestação e os nascimentos entre setembro e fevereiro (primavera e verão).

 

*Artigo editado em 20.01.15 às 17h26.

 

 

Leia também
Veado-bororó-do-sul, um pequeno mistério
Jaó-do-litoral: desconfiado, e com razão
Cachalote: a baleia que tem veia literária

 

 

 

Leia também

Reportagens
26 de abril de 2024

Número de portos no Tapajós dobrou em 10 anos sob suspeitas de irregularidades no licenciamento

Estudo realizado pela organização Terra de Direitos revela que, dos 27 portos em operação no Tapajós, apenas cinco possuem a documentação completa do processo de licenciamento ambiental.

Notícias
26 de abril de 2024

Protocolo estabelece compromissos para criação de gado no Cerrado

Iniciativa já conta com adesão dos três maiores frigoríficos no Brasil, além de gigantes do varejo como Grupo Pão de Açúcar, Carrefour Brasil e McDonalds

Notícias
26 de abril de 2024

Com quase 50 dias de atraso, Comissão de Meio Ambiente da Câmara volta a funcionar

Colegiado será presidido pelo deputado Rafael Prudente (MDB-DF), escolhido após longa indefinição do MDB; Comissão de Desenvolvimento Urbano também elege presidente

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Comentários 3

  1. Arielli diz:

    Você deve chamar o órgão ambiental (IBAMA) e relatar o caso para que seja garantida a sobrevivência deste animal. Eles podem optar por removê-lo para áreas de proteção. Lembrando que é um animal em risco de extinção, com habitat muito restrito às dunas e bancos de areia do litoral (o qual distruímos para construção das casas ao longo do litoral), qualquer ação atual contrária à sobrevivência desta espécie em risco é crime. Contacte o órgão ambiental, eles saberão o que fazer.


  2. Yuri diz:

    Tem um tuco tuco no meu jardim aqui no litoral norte,como faço pra espantar ele
    PS:ele está destruindo o jardim!!


    1. Aqui no condomínio estão colocando tela antes da leiva de grama, tem muitos, é protegido, só as corujas e os gaviões colocam medo nos bichos…. Retira a grama. coloca tela e recoloca a grama…. Só assim para proteger o gramado.