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Yes, nós sabemos o que é biodiversidade

Pesquisa realizada em 7 países indica que consumidores de nações emergentes conhecem melhor o termo biodiversidade do que de países ricos.

Vandré Fonseca ·
16 de abril de 2014 · 10 anos atrás
O país com a maior floresta tropical do planeta não tem dificuldades em entender o que significa biodiversidade. Foto: wikimédia.
O país com a maior floresta tropical do planeta não tem dificuldades em entender o que significa biodiversidade. Foto: wikimédia.

Manaus, AM – O leitor de ((o))eco, com quase toda a certeza, não teria dificuldades para definir o que é biodiversidade. Mas é uma boa surpresa saber que os consumidores brasileiros, além de estarem entre os que mais conhecem uma definição para o termo, também se mostram bastante preocupados com a perda da biodiversidade. Pelo menos foi isso o que demonstrou o Barômetro da Biodiversidade da União para o BioComércio Ético (UEBT), que vem sendo realizada em diversos países desde 2009.

Foram ouvidos aproximadamente 7 mil consumidores em sete países diferentes (Brasil, Alemanha, Colômbia, Estados Unidos, França, Reino Unido e Vietnã), na faixa entre os 16 e 64 anos (no Brasil e Estados Unidos tinham mais de 18 anos; no Vietnã, entre 18 e 50 anos). As entrevistas foram realizadas em fevereiro deste ano.

No Brasil, 90% dos consumidores disseram já ter ouvido falar sobre o tema e 43% sabiam o que é biodiversidade. Nos Estados Unidos, 60% tinham ouvido falar do termo e apenas 21% disseram saber o que é. Os brasileiros demonstraram também ter maior preocupação com a biodiversidade e uso de insumos naturais na fabricação de produtos de beleza do que os consumidores de países da América do Norte e Europa.

Nos países emergentes os entrevistados conheciam melhor o que é biodiversidade do que os entrevistados de países ricos. A França foi uma exceção.

“Nos mercados em ascensão, como o Brasil, os consumidores demonstram uma boa compreensão da biodiversidade e um elevado interesse em abastecimento ético, ou seja, utilizar os recursos naturais respeitando o ambiente e as comunidades fornecedoras”, afirma o afirma o diretor executivo da UEBT, Rik Kutsch Lojenga. “Com o crescimento do mercado desses países, informações como estas passam a ter importância estratégica para as empresas que lá investem.”

Apesar de a pesquisa concluir que o entendimento sobre a biodiversidade cresceu nos países onde a pesquisa foi realizada desde 2009, os dados tiveram um recuo do ano para cá, com exceção do Brasil. Por aqui, entre as pessoas que dizem saber o que é biodiversidade, a proporção daqueles capazes de dar uma definição correta continua a crescer.

Entre as metas traçadas no Plano Estratégico da Convenção da Biodiversidade das Nações Unidas está a que,  até 2020, os cidadãos de todo o mundo devam estar cientes sobre o valor da biodiversidade e os meios para conservá-la. O retrocesso no conhecimento sobre o que o é biodiversidade no último ano indica, segundo os especialistas da UEBT, que são necessários mais esforços para atingir a meta.

“Considerando que 84% dos entrevistados acreditam que é importante contribuir para a conservação da biodiversidade, existe aí uma tremenda oportunidade de trabalharmos juntos para conservar a biodiversidade, evitando perdas de espécies”, afirma o brasileiro Bráulio Ferreira de Souza Dias, secretário executivo da CDB.

 

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