Notícias

Um gato do mato com pedigree real

O gato-maracajá, homenageado desta semana em ((o))eco, é o parente da jaguatirica com nome de realeza europeia. Foto: Brian Gratwicke

Redação ((o))eco ·
7 de junho de 2013 · 11 anos atrás

[i]Leopardus wiedii[/i]. Foto: Brian Gratwick
[i]Leopardus wiedii[/i]. Foto: Brian Gratwick

No início do século XIX, o príncipe Maximilian Alexander Philipp zu Wied-Neuwied, notório explorador, etnólogo e naturalista alemão, esteve no Brasil entre 1815 e 1817, para estudar a flora, a fauna e as populações indígenas locais. O resultado de sua pesquisa foi a obra Viagem ao Brasil com detalhadas descrições sobre suas observações. Em sua homenagem, o naturalista e compatriota Heinrich Rudolf Schinz nomeou um felino pintado de pequeno porte que vive nas florestas tropicais com seu nome: Leopardus wiedii, conhecido por nós como o gato-maracajá (também Gato-peludo ou Maracajá-peludo).

O gato-maracajá é encontrado do sul do México, na América Central e norte da América do Sul a leste dos Andes. No Brasil, são encontrados em florestas densas, como a floresta tropical e a floresta de altitude, nas regiões da Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal.

Do mesmo gênero Leopardus que a jaguatirica, o gato-maracajá tem aparência muito semelhante àquele animal, no entanto, sua cabeça é um pouco menor, os olhos maiores, e a cauda e as pernas mais longas. É um felino de pequeno porte, com peso médio de 3,4 kg, comprimento do corpo de 53,6 cm e uma cauda longa, com média de 37,6 cm.

Exímio escalador de árvores, o Leopardus wiedii também tem uma habilidade pouco comum aos felinos: suas patas traseiras têm articulações flexíveis que permitem uma rotação de até 180º, o que lhe dá habilidade de descer de uma árvore de cabeça para baixo, como os esquilos. A destreza com as patas e a cauda longa lhe conferem uma excepcional adaptação à vida arbórea, onde passam a maior parte do tempo.

O período de gestação de 81 a 84 dias produz apenas um filhote. Capaz de viver por 13 anos (20, se mantidos em cativeiro), a espécie tem hábitos essencialmente noturnos e predominantemente solitários. Carnívoros, comem uma grande variedade de presas de vertebrados (mamíferos, aves, répteis e anfíbios), com preferência para pequenos roedores arborícolas e pequenas aves.

A destruição das florestas é a principal ameaça para essa espécie, seguido do tráfico ilegal. Somado a isto, está o pouco conhecimento sobre a biologia da espécie, que limita a possibilidade de estratégias de conservação eficazes. É classificado pela IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza) como espécie “Quase ameaçada” e pelo ICMBio, como Vulnerável.

 

 

 

 

 

Leia também

Salada Verde
17 de maio de 2024

Avistar celebra os 50 anos da observação de aves no Brasil

17º Encontro Brasileiro de Observação de aves acontece este final de semana na capital paulista com rica programação para todos os públicos

Reportagens
17 de maio de 2024

Tragédia sulista é também ecológica

A enxurrada tragou imóveis, equipamentos e estradas em áreas protegidas e ampliou risco de animais e plantas serem extintos

Notícias
17 de maio de 2024

Bugios seguem morrendo devido à falta de medidas de proteção da CEEE Equatorial

Local onde animais vivem sofre com as enchentes, mas isso não afeta os primatas, que vivem nos topos das árvores. Alagamento adiará implementação de medidas

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.