Salada Verde
Sem respostas
A Promotoria de Justiça de Mato Grosso convocou uma reunião para pedir respostas a diversos órgãos públicos sobre seu comprometimento na prevenção e no combate às queimadas e à fumaça no estado. DNIT e Sinfra, responsáveis pela manutenção das faixas de domínio nas estradas, não compareceram. Intermat, o órgão estadual de terras, e Incra também não deram as caras.
Uma das reclamações da promotora estadual de meio ambiente de Mato Grosso, Ana Luiza Peterlini, foi em função do não encaminhamento das multas ao Ministério Público para que haja responsabilização criminal pelas queimadas. “Queremos acompanhar o pagamento das multas, mas que eu saiba nenhuma autuação por queimadas chegou ao nosso conhecimento até agora”, diz a promotora. A intenção dela era reunir informações, identificar problemas e sugerir procedimentos legais para saná-los. Algumas de suas idéias eram liberar queimas controladas apenas para “áreas pequenas”, proibição total de queima de palha nos canaviais e criação de câmaras temáticas especializadas para lidar com os casos. O problema foi o tempo. Em se tratando do período de seca, já iniciado, qualquer ação a essas alturas só vai surtir algum efeito para a estiagem do ano que vem.
De uma maneira geral, as autoridades ambientais e de saúde pública presentes à reunião mostraram-se bastante otimistas, depois de terem passado um ano de 2008 com queimadas expressivamente menos recorrentes em Mato Grosso, se comparadas as de 2007, consideradas as piores dos últimos anos. O céu azul visto de Cuiabá em setembro, quando a cidade costuma ficar completamente coberta por fumaça, foi considerado sinal de vitória. Em 2008, o estado registrou 40 mil focos de calor, contra 118 mil focos no ano anterior, quando o aeroporto da capital funcionou com as luzes de balisamento noturnas ligadas durante quase dois meses a fio por causa da péssima visibilidade.
O governo de Mato Grosso se esforça a cada ano para mostrar que está investindo pesado no combate às queimadas. Em 2009 deu um passo concreto louvável. A partir de agosto começam a operar três bases aéreas – em Sinop, Água Boa e Cuiabá – com oito aeronaves alugadas para atender as ocorrências de incêndios no estado.