Apesar de episódios isolados de desmatamento e outras atividades ilegais (voluntárias e involuntárias) registradas no interior de terras indígenas, essas áreas costumam manter florestas nativas em bom estado. Agora, um levantamento inédito do Instituto de Pesquisa da Amazônia (Ipam) mostrou que 15 bilhões de toneladas de carbono estão estocadas em terras indígenas e reservas extrativistas na Amazônia. O volume equivale a cerca de um terço das 47 bilhões de toneladas de carbono fixadas nas matas regionais.
O estudo foi divulgado nesta segunda (11), em Brasília, em seminário sobre a participação de povos tradicionais em discussões sobre mudanças climáticas. Só no Brasil, conforme a entidade não-governamental, índios e “populações tradicionais” são responsáveis por cerca de um milhão de quilômetros quadrados de florestas.
“Uma das evidências do estudo é a importância das comunidades tradicionais na manutenção do clima global. O fato de eles manterem a floresta em pé os torna potenciais beneficiários dos acordos internacionais que definirão a distribuição dos recursos financeiros internacionais para o enfrentamento das mudanças climáticas”, afirmou em nota Paulo Moutinho, coordenador de pesquisas do Ipam.
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