Carlos Minc (Meio Ambiente) defendendo a retomada das discussões que podem trazer profundas mudanças no Código Florestal não chega a surpreender. Afinal, como disse um ambientalista ouvido pelo O Eco, “o que ele mais gosta de fazer é mediar conversas, para sair por cima”. Mas o buraco é mais embaixo. Minc havia feito acordo com ruralistas para obter seu apoio inequívoco e encarar o espinhoso debate. Com a puxada de tapete de Reinhold Stephanes (Agricultura) e a desistência de ambientalistas, ainda no fim de 2008, o ocupante da pasta ambiental sentiu-se isolado e, frente às pressões internas de governo, disse ontem acreditar no “bom senso” para dar continuidade às negociações.
Com o rompimento dos partidários do agronegócio, fica clara a opção desses pelas negociações e negociatas no parlamento. Logo, o Congresso deve pegar fogo em 2009. E não só pelos mais de 20 projetos de lei na Câmara propondo alterações no código florestal. A a crise econômica pode refletir em menos créditos e investimentos no segmento ruralista e este ano será de maior produção legislativa (não há eleições e deputados precisam marcar gols com vistas em sua reeleição). Ainda, devem valer com mais força as regras do Conselho Monetário Nacional que restringem a concessão de créditos à regularização ambiental de propriedades na Amazônia, sem falar na necessidade de registro de reservas legais em cartório, definida em lei em julho passado.
Tantas regras a serem cumpridas só podem desagradar ruralistas que até hoje pouco respeitaram a legislação. Será que Minc tentará um “dois prá lá, dois prá cá” com os representantes do agronegócio? O Código Florestal que se cuide.
Confira aqui documento com principais mudanças propostas ao código
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