Há quase 30 anos o Japão burla a moratória de caça à baleia na Antártica usando como justificativa a caça “científica” de cetáceos no Polo Sul. A prática, que já vitimou pelo menos 14 mil baleias na região, agora está definitivamente proibida. A Corte Internacional de Justiça (CIJ), principal órgão judiciário das Nações Unidas, decidiu nesta segunda-feira (31) que o Japão suspenda seu programa de caça às baleias no oceano Antártico. Para o tribunal, o país mantém um programa de caça ilegal na região.
Por 12 votos a 4, os juízes decidiram que o Japão deve paralisar, temporariamente, todo o programa de caça científica de baleias. Por ano, o Japão abate 850 por ano baleias minke e 50 Jubarte.
A decisão começou a ser desenhada em 2010, quando a Austrália entrou com queixa contra o programa científico japonês de caça à baleia, alegando que, na verdade, se tratava de caça comercial disfarçada e, portanto, o país violava a moratória imposta pela Comissão Baleeira Internacional em 1986.
Um ano depois da moratória, o Japão reiniciou a caça de baleias na região, sob o argumento de finalidade científica, mecanismo que era permitido pela Convenção Internacional para a regulação da Atividade Baleeira, de 1946.
Lobby contra santuários
O lobby exercido pelo Japão junto à Comissão Baleeira Internacional (CBI) foi sempre no sentido de barrar qualquer proposta de criação de santuários onde seria proibida a caça (até a “científica”). Em 2012, os japoneses evitaram a aprovação de um santuário no Atlântico Sul, proposta apresentada pelo Brasil e Argentina 14 anos antes.
A habilidade em sepultar propostas conservacionistas que protejam baleias fez do país um inimigo dos ambientalistas, que hoje comemoram a vitória parcial. Isto porque nem a Islândia e a Noruega aceitam a moratória imposta pela Comissão Baleeira na década de 80 e continuam cruzando os mares atrás das baleias, também com a justificativa de fazer caça “científica”.
Leia Também
Corte Internacional proíbe a caça “científica de baleias”
Japão tenta mas falha em derrubar moratória de caça à baleia
Adiada decisão sobre Santuário de Baleias no Atlântico Sul
Segredos públicos e “politicamente correto” a favor do extermínio
Pesca à baleia suspensa na Antártica
Hora de acabar com o mensalão dos oceanos
Leia também
As aves do Tocantins
Levantamento lista 720 aves no estado, com espécies típicas de Cerrado, Amazônia, Caatinga e Mata Atlântica; pelo menos 43 estão ameaçadas de extinção →
Uma aventura pelo Caminho da Mata Atlântica
A argentina Julieta Santamaria decidiu ser a primeira pessoa a percorrer os 4 mil km da trilha de longo curso, que vai do RJ ao RS. Acompanhe também essa aventura →
Leite mente ao dizer que não houve afrouxamento ambiental no RS, diz organização
Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) publica documento listando alterações feitas por Eduardo Leite nas normas ambientais do estado e destaca seus impactos →
Os japoneses colocam uma tradição culinária acima da moral , da decência,da ecologia e da modernidade. Ridículo. Tradições infames devem ser abolidas. Abaixo a execrável caça às baleias pelo Japão e outros paises.