Natural de Carmo do Rio Claro, Minas Gerais, o fotógrafo Renato Soares é um obstinado. Aos 40 anos, discípulo da escola do americano Eugene Smith, ele começou a se interessar por fotografia quando, ainda menino, passava horas a fio folheando a coleção da revista National Geographic, que o avô guadava no porão da fazenda da família, no interior de Minas.
Renato Soares é daqueles fotógrafos que mergulham de cabeça nos assuntos que passam diante de suas lentes, sejam morcegos ou índios. Numa dessas “viagens”, descobriu uma reportagem na falecida revista O Cruzeiro sobre o sertanista Orlando Villas- Boas, e imediatamente o adotou como ídolo. Resolveu assim que queria trabalhar com índios, como fazia Villas- Boas. Sua vida e sua carreira profissional tomaram esse rumo definitivo em 1991, quando fez uma expedição ao Vale do Javari, na Amazônia. Ali, viveu com os índios da tribo Marubo durante oito meses, fotografando-os para a Missão Franciscana na Amazônia.
As fotos de natureza que Renato apresenta nesse ensaio são definidas por ele como “acidentes de trabalho”, porque raramente está focado profissionalmente na fauna e na flora. Mas, perfeccionista que é, quando começa a fotografar, Renato faz qualquer sacrifício pela melhor imagem. Exemplo disso foram os dois dias que passou escondido na mata na Serra da Canastra, junto a uma carniça em adiantado estado de putrefação, para conseguir imagens que buscava do Urubu-Rei.
Ele usa cameras Nikon F3 e F4 e objetivas 18mm, 24mm, 35mm, 50mm, 60mm (macro) , 85mm, 105mm, 180mm, 200mm, 300mm.
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