Só um ‘parenteses’ de angústia de campo, e aqueles que realmente se embrenham neste mundão sem fim sabe do que estou falando: nunca entendi para que servem as mutucas…é insano o convívio com estes insetos, que insistem em conhecer nossos braços, pescoços e rostos tão de perto, ‘beijando-os’ compulsivamente! Eta bichinho insaciável!
Os laços serão checados a cada seis horas, com a contenção da ansiedade que começa a dominar a equipe. Finalizo este texto à meia noite de quarta-feira, com uma triste notícia: o fogo que fotografei ontem invadiu as terras desta Unidade de Conservação, numa triste realidade brasileira. Me pergunto, pra que botar fogo na própria terra, e pior, compartilhar com vizinhos que não querem aquele fogo? Infelizmente, estas pessoas que usufruem desta infeliz cultura das queimadas, certamente não buscam conhecimento em sites como ((o))eco.
Clique nas imagens para ampliá-las
A viagem é longa. Começa na madrugada paulista, seguindo de avião até Cuiabá, onde uma caminhonete da equipe da Estação Ecológica de Taiamã nos espera. Seguimos sudoeste, sentido Cáceres, durante duas horas e meia de viagem no conforto do asfalto para então sermos absorvidos em mais duas horas pela poeira da terra seca do cerrado. Chegamos às margens do Rio Paraguai e daí navegamos rio abaixo numa voadeira de alumínio, onde um motor de popa se esganiça para carregar o pesado equipamento. Chegamos na base da Estação, recebidos sem pudor por uma nuvem de mutucas. Mas dizem por ai que a vida é benevolente para os persistentes (ou seria para os loucos?)
Os limites da ESEC Taimã. Clique para navegar View Taiamã in a larger map |
Conhecidas pelo massificado turismo de pesca, as redondezas da Esec Taiamã ficaram ‘famosas’ nos últimos anos e passaram a receber grande número de visitantes pela facilidade de se observar onças descansando calmamente nos barrancos às margens do Rio Paraguai. Contudo, nada vem de graça quando a ganância predomina nas intenções humanas, e muitos guias de pesca começaram a perigosa atividade de ceva (alimentação artificial).
Para finalizar, compartilho a ‘atriz principal’ de todo este aparato de equipamentos e atividades: uma onça fotografada em 2010, em minha primeira viagem à Taiamã. Espero que vocês gostem, divulguem, compartilhem!
Clique nas imagens para ampliá-las
Início da preparação dos laços. | |
Rogério Cunha de Paula, biólogo e técnico do CENAP, trabalha na montagem das travas. | Frederico Gemesio (Fred), biólogo e responsável pela preparação dos laços. |
Atriz principal deste espetáculo que está por vir…
|
Leia também
Organização inicia debates sobre a emergência climática nas eleições municipais
“Seminários Bússola para a Construção de Cidades Resilientes”, transmitidos pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade, começaram nesta segunda e vão até sexta, das 18 às 20h →
Encurraladas por eucalipto, comunidades do Alto Jequitinhonha lutam para preservar modo de vida comunitário
Governo militar, nos anos 1970, fomentou a implantação de monocultivos de eucaliptos para fornecer matéria-prima ao complexo siderúrgico →
Da contaminação por pó de broca à luta ambiental: a história de um ambientalista da Baixada Fluminense
Em entrevista a ((o))eco, o ambientalista José Miguel da Silva fala sobre racismo ambiental, contaminação e como é militar pelo meio ambiente em um município da Baixada Fluminense →