O Painel Internacional sobre Meio Ambiente e Energia na Amazônia, reunido na Colômbia, publicou no dia 17 de abril a Declaração de Bogotá, onde alerta sobre as ameaças à Amazônia pelas predominantes estratégias de desenvolvimento regional, lideradas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) do Brasil e pela União das Nações Sul-Americanas (Unasul).
Ambas as instituições promovem e financiam empreendimentos na região, como hidrelétricas, mineração, exploração de hidrocarbonetos e a realização de grandes obras de infraestrutura.
Como já tinha feito na Declaração de Lima em 2012, o Painel reafirmou seu pedido de moratória aos empreendimentos produtivos e extrativos, como os citados acima, que “têm destruído e deteriorado os ecossistemas amazônicos na história recente”, afirma a Declaração de Bogotá.
A declaração se focou nos megaprojetos na Amazônia, demandando que os verdadeiros impactos sejam levados em conta nas decisões, evitando a prática atual de subestimar impactos e superestimar benefícios, especialmente no setor hidrelétrico. “É necessário mudar este modelo, com decisões tomadas de forma democrática e aberta, respeitando os direitos das minorias e a natureza”, diz o pronunciamento.
A declaração do Painel apresentou considerações sobre a sustentabilidade amazônica, referentes aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e às atividades de exploração e aproveitamento de recursos que afetam negativamente a região. Sobre o Objetivo Desmatamento Zero, a perda dos bosques amazônicos é uma ameaça à região e ao mundo, portanto a organização assegura que não se pode pensar em sustentabilidade da Amazônia se não for contido o desmatamento da floresta.
Sobre o Objetivo Energia Sustentável, a declaração diz que “é impossível pensar na sustentabilidade da energia sem considerar que existem limites em sua produção e uso”. O Painel vê como necessidade prioritária o abastecimento energético das populações amazônicas, que devem se satisfazer “a partir de fontes locais de baixo ou nulo impacto ambiental”.
O grupo considera que o modo de vida dos povos indígenas está intimamente ligado à sustentabilidade amazônica, sendo os territórios indígenas parte da solução para os problemas da região.
Leia também
Brasil registra o maior número de conflitos no campo desde 1985, diz CPT
Segundo os dados da Comissão Pastoral da Terra, país teve 2.203 conflitos em 2023, batendo recorde de 2020; 950 mil pessoas foram afetadas, com 31 assassinatos →
Acnur anuncia fundo para refugiados climáticos
Agência da ONU destinará recursos do Fundo para proteger grupos de refugiados do clima. Objetivo é arrecadar US$ 100 milhões de dólares até o final de 2025 →
Deputados mineiros voltam atrás e maioria mantém veto de Zema à expansão de Fechos
Por 40 votos a 21, parlamentares mantém veto do governador, que defende interesses da mineração contra expansão da Estação Ecológica de Fechos, na região metropolitana de BH →
parabéns por seu comentário, essa é a verdadeira história por trás dos negócios na amazonia!
A Amazonia pode abrigar hidrelétricas com reservatório e ao mesmo tempo defender o meio ambiente, gerar energia hidrelétrica evita geração em térmicas,(esta sim poluem), não ha comprometimento da fauna aquática com reservatório,( a implnatação deve ser feita com manejo responsavel e normas), devemos pensar em contrapartidas, quem alaga deve reflorestar área maior ainda de floresta, que anteriormente foi devastada, e devemos pensar em punir os madeirieros mafiosos que devastam a floresta, pois estes não precisam de regulação para agir fora da lei, o que tem ocorrido é que os fora da lei não são punidos…