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Parque Lage redescoberto

Em 2015, a trilha que parte dos fundos do casarão e leva ao Morro do Corcovado recebeu 24,8% mais visitantes do que no ano anterior.

21 de março de 2016 · 8 anos atrás
  • Emanuel Alencar

    Jornalista e mestre em Engenharia Ambiental. É autor do livro “Baía de Guanabara – Descaso e Resistência” (Mórula Editorial) e assessor de Comunicação na Prefeitura do Rio

Casarão do Parque Lage. Foto: Kelly Sato/Flickr A C Moraes.
Casarão do Parque Lage. Foto: Kelly Sato/Flickr A C Moraes.

Integrado ao Parque Nacional da Tijuca há 12 anos, o Parque Lage, no bairro do Jardim Botânico, no Rio, nunca foi tão frequentado. Em 2015, a trilha que parte dos fundos do casarão e leva ao Morro do Corcovado recebeu 24.613 visitantes, um aumento de 24,8% em relação ao ano anterior. Foram 13 pessoas a mais, por dia.  O que mostra a enorme vocação do Rio ao ecoturismo, a despeito de alguns episódios de assaltos na trilha. Encará-la não é para qualquer um, pois há exigência de bom preparo físico e a sinalização pode confundir os marinheiros de primeira viagem. O monumento do Cristo pode ser alcançado após cerca de duas horas e meia de subida (600 metros morro acima). Os dados de visitação acabam de ser divulgados pela direção do Parque da Tijuca e indicam que o engenho de açúcar da época colonial, com suas trilhas e jardins exuberantes, virou passeio obrigatório dos cariocas e turistas.

Caminhar pela antiga propriedade do industrial Henrique Lage (1881-1941) é, de fato, um programa bastante agradável.O casarão projetado pelo arquiteto italiano Mario Vodrel, construído em 1925, réplica perfeita de um “palazzo romano”, foi um presente de Lage à mulher, a cantora lírica italiana, Gabriela Besanzoni. A construção abriga a Escola de Artes Visuais (EAV) desde 1966 – instituição mantida pelo governo do estado. Aos fins de semana, é difícil achar um espacinho vago nos arredores do “palazzo”. Milhares de famílias esticam toalhas de piquenique aos pés de frondosas árvores da Mata Atlântica. Volta e meia são surpreendidas pela visita de macacos-prego. Uma dinâmica que enche os olhos, após décadas de abandono. A recuperação do Lage começou em 2002, quando houve uma grande reforma, promovida pela prefeitura.

O clima, sempre ameno, contrasta com as frequentes elevadas temperaturas da cidade. Para as crianças, é uma festa: tem parquinhos, chafariz e 12 belos aquários, inseridos numa gruta artificial e com boa diversidade de peixes brasileiros. O Parque Lage (Rua Jardim Botânico, 414 – Jardim Botânico) abre todos os dias das 8h às 18h (o casarão e o café abrem ás 9h), tem estacionamento (pago) e entrada gratuita.

O Parque Nacional da Tijuca, como um todo, fechou 2015 com um total de 2,9 milhões de visitantes, 200 mil a menos que o ano de 2014, quando bateu recorde de visitação. O mês mais cheio no parque foi janeiro de 2015, com 396 mil pessoas. A queda não surpreende. Em 2014, por causa da Copa, muitos turistas vieram ao Rio. Foi um ano atípico. A direção do parque elegeu como prioridades para aumentar a qualidade de visitação neste ano Olímpico a abertura do Centro de Visitante das Paineiras, que conta com café, restaurante, lojinha, banheiros e uma exposição permanente produzida pela empresa SuperUber, a mesma responsável por algumas atrações do recém-aberto Museu do Amanhã.

Quantidade de visitantes por setor (2015) – ICMBio
Setor Visitantes
Corcovado 2.183.616
Floresta 399.430
Parque Lage 24.613
Pedra Bonita 73.235
Pedra da Gávea 8.429
Vista Chinesa 110.687
Paineiras 113.826

 

 

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