Salada Verde

Rio vulnerável à mudança do clima

Efeitos desastrosos das mudanças climáticas na cidade do Rio de Janeiro podem ser minimizados, mas a resposta tem que ser já, diz estudo

Redação ((o))eco ·
18 de abril de 2011 · 13 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente

Daniele Bragança

 
Rio de Janeiro visto do Corcovado. Crédito: Miika Mattila
Rio de Janeiro visto do Corcovado. Crédito: Miika Mattila
O Rio de Janeiro pode estar mais suscetível a tragédias em consequência das mudanças climáticas, caso nada seja feito para reverter a situação prevista até o final do século 21. É o que aponta estudo “Vulnerabilidade das megacidades brasileiras às mudanças climáticas: Região Metropolitana do Rio de Janeiro” desenvolvido dentro do projeto “Megacidades, Vulnerabilidades e Mudanças Climáticas”, concebido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e pelo Núcleo de Estudos de População (Nepo) da Unicamp. Também participaram do estudo a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

Em função das mudanças climáticas, não serão poucas as dificuldades pelas quais o Rio de Janeiro e as Cidades da Região Metropolitana  enfrentarão: ondas de calor mais longas, chuvas mais intensas e freqüentes; inundações; alagamentos; diminuição da água doce disponível; temperaturas mais elevadas e aumento do nível do mar, além de problemas de saúde da população, tais como o aumento no caso de dengue (aumento da umidade e mais chuvas) e leptospirose (devido ao aumento de ocorrência de enchentes).

O relatório destaca o problema dos aterros sanitários, principalmente daqueles situados em áreas de possível alagamento. A elevação do nível do mar pode trazer preocupações principalmente no aterro de Jardim Gramacho, localizado próximo à foz dos rios Iguaçu e Sarapuí. Em um cenário mais pessimista, uma possível “ruptura do aterro com o consequente assoreamento do leito desses rios poderá ocasionar o alagamento de grandes áreas na Baixada Fluminense, com prejuízos humanos e materiais incalculáveis.”

Segundo os especialistas, os efeitos das mudanças são irreversíveis, mas podem ser minimizados com adaptação e políticas públicas adequadas, e que sejam adotadas o mais rápido possível.

A população, hoje mais de 11,5 milhões de pessoas, terá que aprender a conviver com eventos mais extremos e freqüentes, e os governos (municipais, estaduais e federal) a conceber uma nova maneira de pensar e executar políticas públicas.

O estudo conclui que a produção de conhecimento a respeito do monitoramento que permitem aumentar a previsibilidade dos fenômenos naturais, aliados a cooperação política institucional das cidades que estão unidas nessa mesma vulnerabilidade – mas que são tratadas como unidades isoladas e não como parte de um mesmo conjunto – são fatores essenciais para a adaptação das cidades, não só do Rio de Janeiro e da Região Metropolitana, aos desafios que as mudanças climáticas impõem.

Leia também

Notícias
28 de março de 2024

Estados inseridos no bioma Cerrado estudam unificação de dados sobre desmatamento

Ação é uma das previstas na força-tarefa criada pelo Governo Federal para conter destruição crescente do bioma

Salada Verde
28 de março de 2024

Uma bolada para a conservação no Paraná

Os estimados R$ 1,5 bilhão poderiam ser aplicados em unidades de conservação da natureza ou corredores ecológicos

Salada Verde
28 de março de 2024

Parque no RJ novamente puxa recorde de turismo em UCs federais

Essas áreas protegidas receberam no ano passado 23,7 milhões de visitantes, sendo metade disso nos parques nacionais

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.