Notícias

Trilha Transcarioca: da ideia ao grande mutirão para sinalizá-la

Pedro Menezes, idealizador da trilha, explica como a ideia surgiu, quais os desdobramentos e como se chegou a um mutirão de mais 800 pessoas.

Marcio Isensee e Sá · Eduardo Pegurier ·
13 de setembro de 2014 · 10 anos atrás

 

 No vídeo acima, Pedro Menezes, idealizador da Trilha Transcarioca conta como a ideia surgiu e se desenvolveu até se tornar realidade. Tudo começou em meados da década de 80, quando Pedro trabalhava na Varig e via dos aviões Electra que faziam a ponte aérea Rio-São Paulo que era possível fazer uma caminhada entre o Parque Nacional da Tijuca e o Padre Estadual da Pedra Branca.  Ele foi lá e fez o trajeto. Em 1994, participou como observador dos preparativos da Olimpíada de Atlanta, pois o Rio de Janeiro preparava a sua primeira tentativa de sediar uma Olimpíada. Foi lá que Menezes conheceu a Appalachian Trail e teve o estalo de promover uma trilha de longo curso no Rio.

Em 2000, ele publicou o livro “Transcarioca: todos os passos de um sonho”, que descrevia a trilha e mostrava experiências internacionais do trilhas de longo curso que já existiam, como a Appalachian Trail (EUA), Huella Andina (Argentina), Bibbulmun (Austrália), Rota Vicentina (Portugal), Hoerikwaggo Trail (África do Sul) e Te Araroa Trail (Nova Zelândia).

Hoje, a Transcarioca já é realidade e além de ser a primeira trilha de longo curso do Brasil, que chegará a 180 km quando completa, também motivou um fenômeno inédito. No domingo, 14 de setembro de 2014, ela receberá um mutirão de 830 pessoas para trabalhar em 33 trechos do percurso.

A chamada do mutirão foi feita pelo Facebook da Transcarioca. Havia necessidade de cerca de 350 pessoas. Quanto o número ultrapassou 800, os organizadores foram obrigados a fechar as inscrições.  Entre as organizações que mais recrutaram pessoas para o mutirão estão os Centro e Clubes CEB, Carioca, Light e Guanabara.

Na quinta, dia 12 de setembro, os organizadores do mutirão se reuniram no Centro de Visitantes do Parque Nacional da Tijuca. A vibração estava no ar e o clima era festivo. Combinavam-se detalhes. “O Solar da Imperatriz até a entrada do Jequitibá é um trecho recém-aberto, então, a parte de poda nem precisa, mas tem um pouco de lixo, então poderia dar mais sacos de lixo para o grupo deste trecho”, dizia Ernesto de Castro, chefe do Parna Tijuca, que coordenava a reunião.  Decidiam-se coisas que pareciam prosaicas como quantos facões cada grupo deveria levar ou o teste com a tinta usada na demarcação (veja aqui vídeo com tutorial para sinalização).

O entusiasmo do grupo com a logística destes detalhes só realçava o sonho grande prestes a acontecer: a reunião e engajamento de centenas de pessoas voluntárias, com o pé no terreno,  para participar da construção da primeira trilha de longo curso brasileira.

 

E talvez interesse a você
Participar do Concurso Wikiparques de Fotografia
Ler o verbete da Transcarioca no Wikiparques
Conhecer o Guia de Sinalização de Trilhas, de Pedro Menezes
Ver o vídeo tutorial de sinalização de trilha feito para o mutirão da Transcarioca

 

  • Marcio Isensee e Sá

    Marcio Isensee e Sá é fotógrafo e videomaker. Seu trabalho foca principalmente na cobertura de questões ambientais no Brasil.

  • Eduardo Pegurier

    Mestre em Economia, é professor da PUC-Rio e conselheiro de ((o))eco. Faz fé que podemos ser prósperos, justos e proteger a biodiversidade.

Leia também

Salada Verde
22 de abril de 2024

Livro destaca iniciativas socioambientais na Mata Atlântica de São Paulo

A publicação traz resultados do Projeto Conexão Mata Atlântica em São Paulo, voltados para compatibilização de práticas agropecuárias com a conservação da natureza

Salada Verde
22 de abril de 2024

Barcarena (PA) é o primeiro município a trabalhar a cultura oceânica em 100% da rede pública de ensino

Programa Escola Azul incentiva instituições de ensino de todo o país a integrar a rede e implementar cultura oceânica nas escolas. Mais de 290 escolas de todo o Brasil participam do projeto

Reportagens
22 de abril de 2024

Um macaco sem floresta na capital do Amazonas

Símbolo de Manaus, o sauim-de-coleira corre risco de desaparecer da cidade amazônica, ameaçado pelo avanço da urbanização desordenada

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.